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Japoneses podem ter tirado US$ 650 milhões do Brasil em oito dias

Moeda brasileira é escolha de mais de 50% dos investidores do Japão que aplicam seu dinheiro em um fundo de US$ 102 bilhões, chamado de Fundo Toshin

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Francisco Carlos de Assis (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

Investidores japoneses pessoas físicas que investem seus recursos em real podem ter tirado do Brasil, só nos últimos oito dias de setembro, o equivalente a US$ 650 milhões. A estimativa toma como base a afirmação do economista-chefe da Nomura Securities, Tony Volpon, de que a moeda brasileira responde por pouco mais de 50% das escolhas dos japoneses que aplicam seu dinheiro em um fundo de US$ 102 bilhões, chamado de Fundo Toshin, gerido pela instituição. De Nova York, por telefone, Volpon disse à Agência Estado que nos últimos oito dias os japoneses retiram deste fundo o equivalente a US$ 1,3 bilhão. "Não é um má estimativa dizer que metade deste valor foi de venda de real, uma vez que a moeda brasileira responde por 50% das escolhas de moedas para compra", afirmou o economista. No mês de agosto como um todo, o Fundo Toshin recebeu um acréscimo de US$ 1,2 bilhão, valor 55% menor que os US$ 2,7 bilhões aplicados em julho. "Na parte deste produto que tem risco de câmbio, o Brasil responde por 50%", reiterou. Volpon pondera, no entanto, que a Nomura não enxerga, por enquanto, um movimento de desinvestimento por parte dos japoneses no Brasil. "A Nomura é o maior player neste segmento no Japão. Portanto, temos algum conhecimento", tranquiliza o economista, para quem o que está ocorrendo é uma reação do investidor que está vendo a queda do real, mas em um ambiente de conturbação global. Ou seja, não é uma reação focada em um problema localizado no Brasil. Para Volpon, o que há de relevante no mercado é a busca por saber o que vai ocorrer no futuro, uma vez que essa alta do dólar é recente e o investidor pessoa física recebe os relatórios mensalmente.

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