A JBS desistiu de fazer a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) da JBS Foods International na Bolsa de Nova York (Nyse), nos Estados Unidos. Em comunicado publicado na Securities and Exchange Commission (SEC), o órgão regulador dos mercados norte-americanos, nesta segunda-feira, a empresa oficializa a retirada do documento "F1", que corresponde a uma prévia do IPO. A última perspectiva da empresa era de que o IPO fosse concluído no segundo semestre de 2018.
No documento em que solicita a retirada da Declaração de Registro à SEC, a empresa diz apenas que "decidiu não prosseguir a venda de valores mobiliários neste momento". "A Declaração de Registro não foi declarada efetiva e nenhum título foi oferecido ou vendido ou será oferecido ou vendido", informa.
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Ainda no mesmo texto, a JBS diz que, de acordo com o parágrafo da Regra 477 do Securities Act, "a companhia entende que este pedido de retirada será considerado concedido a partir da data em que está arquivado na Comissão (SEC), a menos que, no prazo de 15 dias após essa data, a empresa receba notificação do regulador de que este pedido não será concedido".
Tentativa. A JBS anunciou, em dezembro do ano passado, a aprovação do protocolo na SEC para uma oferta na Nyse. A perspectiva inicial era de que este processo fosse concluído no primeiro semestre de 2017. O prospecto chegou a ser atualizado no início de abril, com os resultados completos de 2016. A Renaissance Capital estimava que o IPO da JBS poderia movimentar US$ 2,5 bilhões e ser um dos maiores do ano em Wall Street. No entanto, as denuncias e investigações envolvendo os sócios das empresa foi adiando este processo. Em maio, o então presidente da empresa, Wesley Batista, afirmou que, enquanto houvessem pendências que impactassem no valuation da operação, "não valeria a pena" concluir o plano.
O IPO era considerado um passo estratégico para a empresa. A abertura de capital nos EUA ocorreria como uma alternativa à reestruturação societária que envolveria a criação da JBSFI, que seria listada na Nyse e na B3, e que foi vetada justamente pelo BNDES no fim do ano passado. Uma das justificativas da empresa para esse movimento seria melhorar a sua avaliação no mercado.