O banco americano JP Morgan calcula que suas perdas em caso de agravamento da crise política e econômica do Brasil pode chegar a US$ 2 bilhões por causa de sua alta exposição ao mercado local, afirmou o presidente da instituição, Jamie Dimon.
“Nossa exposição ao Brasil é de aproximadamente US$ 11 bilhões, e cremos que, em caso de agravamento (do clima econômico), poderíamos perder US$ 2 bilhões”, escreveu Dimon em uma carta mensal a acionistas da instituição, que foi divulgada na noite de quarta-feira.
O banco lembra que, nos últimos três anos, sua atividade no principal país da América Latina, o Brasil, gerou lucros.
O maior banco norte-americano em total de ativos tem hoje cerca de 2 mil clientes no Brasil, entre os quais estão diversas empresas multinacionais.
“Não nos retiraremos (do País) porque as perspectivas de longo prazo seguem muito boas e porque os brasileiros apreciam que tenhamos ficado nos momentos em que mais precisavam de nós”, frisou.
Entre os problemas que deixam a situação mais instável no País, assinalou o JP Morgan, estão o possível impeachment da presidente Dilma Rousseff, que provavelmente será decidido pelo Congresso Nacional em votação marcada para um domingo, dia 17.
Em meio à crise política, há também fortes dificuldades econômicas que fazem a moeda nacional, o real, perder valor frente ao dólar americano.
Argentina. Enquanto a situação no Brasil se deteriora, Dimon ressaltou os esforços da Argentina para voltar a ganhar a confiança do mercado financeiro e disse que o JP Morgan respalda a decisão do governo de Mauricio Macri neste sentido.
“Neste ano, tomamos um pequeno risco suplementar na Argentina ao concordar com um financiamento especial para ajudar a devolver certa estabilidade ao país e favorecer seu retorno aos mercados globais”, escreveu o executivo.
A Argentina concluiu em fevereiro um acordo histórico com “fundo abutres”, que tentam reaver há anos um total de US$ 4,6 bilhões do país.