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Klein avança em aviação executiva

CB Air, fundada pelo herdeiro da Casas Bahia, anuncia a compra da Global Aviation; incluindo dívidas, operação pode chegar a R$ 70 milhões

Foto do author Fernando Scheller
Por Fernando Scheller
Atualização:

O empresário Michael Klein anunciou nesta segunda-feira, 22, a compra de uma das principais empresas nacionais de aviação executiva, a Global Aviation, dona das marcas Global Táxi Aéreo, Pássaro Azul, Reali e SSR. O negócio será arrematado pela CB Air, braço da holding CB, que reúne os negócios de imóveis, aviação e concessionária de carros do empresário. A companhia foi criada após a venda da varejista Casas Bahia, fundada pelo patriarca Samuel Klein, para o grupo francês Casino.

A Global Aviation, que hoje fatura R$ 128 milhões, mas carrega forte endividamento, será arrematada por um valor máximo de R$ 70 milhões. O valor inicial do negócio é de R$ 38 milhões, com um adicional de até R$ 32 milhões em passivos.

CB Air foi criadaapós a venda das Casas Bahia para o grupo Casino Foto: Sérgio Castro/Estadão

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Com a aquisição, Michael Klein terá acesso a uma carteira de clientes maior e mais bem estruturada, que poderá ser atendida pela frota montada pelo empresário, que é hoje avaliada em US$ 220 milhões.

Ao incorporar a Global Aviation, a CB – que ainda é uma startup, que deve faturar R$ 30 milhões em 2016 – pretende dar um salto no ano que vem. Com a conclusão da aquisição somada à expectativa de crescimento orgânico, o braço de aviação de Klein – agora CB Global Air – pretende gerar receita de R$ 200 milhões em 2017.

Projeto. As ambições de Klein se concentram principalmente no atendimento a empresas, tanto no Brasil quanto no exterior. Hoje, entre as 12 aeronaves da frota da CB, destaca-se um Gulfstream G550, jato executivo de alcance continental, que tem capacidade de voar de São Paulo a Moscou, sem escalas, além de helicópteros e de aeronaves de portes variados para uso em território brasileiro.

Com uma frota mais antiga, a contribuição da Global Aviation, que tem 20 anos de atuação, viria principalmente dos setores de locação de hangares – segmento em que a companhia já tem 80 clientes –, gerenciamento aeroportuário e assessoria a clientes na compra e venda de aviões e helicópteros. As duas empresas esperam poder começar a captar sinergias assim que o negócio receber as autorizações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Para a Global Aviation, explicou o presidente da empresa, Décio Galvão, a união com a CB Air representa a conclusão de um processo de reestruturação que começou em julho de 2015, quando o executivo assumiu o cargo.

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Com a redução das operações, a Global conseguiu voltar a gerar caixa, mas ainda carrega o endividamento anterior, gerado principalmente pela alta do dólar e dos juros bancários.

Embora o mercado de aviação executiva venha sofrendo com a crise, Klein pretende usar o fato de ter capital próprio para investir em seu favor. Segundo o empresário, a grande maioria dos investimentos não deve ser feita via financiamentos, pois “o dinheiro hoje está muito caro no Brasil”.

Na abertura de capital da Via Varejo (criada pela junção de Casas Bahia e Ponto Frio, que pertence ao Grupo Pão de Açúcar), a família Klein arrecadou cerca de R$ 1,5 bilhão, sendo que metade dessa cifra ficou com Michael. A família continua sócia da Via Varejo (com cerca de 27,5% do capital).