A retomada dos lançamentos da Cyrela Brazil Realty, especialmente do seu braço voltado à baixa renda, levou a maior incorporadora do país a registrar um ganho mais de cinco vezes maior no último trimestre do ano passado. Na noite de quinta-feira, 25, a companhia publicou lucro líquido de R$ 207,7 milhões entre outubro e dezembro de 2009, avanço de 457,3% sobre os R$ 37,2 milhões apurados um ano antes.
O resultado ficou bem acima da média das projeções de quatro analistas consultados pela Reuters, que apontava para lucro líquido de R$ 153,5 milhões no período. Em todo o ano passado, o lucro da Cyrela mais que dobrou, atingindo R$ 729,3 milhões, alta de 162,6% ante 2008.
No demonstrativo de resultados enviado ao mercado, a companhia atribui o salto nos números ao forte ritmo de lançamentos no quarto trimestre do último ano. Nos três meses encerrados em dezembro, os lançamentos da Cyrela somaram R$ 2,6 bilhões, volume 169,3% acima do lançado um ano antes. No acumulado do ano passado, os lançamentos totalizaram R$ 5,7 bilhões.
O destaque, no entanto, ficou por conta da Living, braço da Cyrela voltado ao segmento econômico, cujos lançamentos cresceram 147 por cento na relação anual e responderam por 39,7 por cento do total lançado pela Cyrela. "Estimamos que, até 2012, esse percentual chegue a 50 por cento", afirmou a companhia.
Em 2009, a Living passou a ter gestão e atuação independentes e a contar com plataforma de construção própria. "Com essa medida, buscamos fortalecer nossa atuação no segmento econômico", acrescentou a Cyrela.
O bom desempenho da incorporadora nos últimos três meses de 2009 foi resultado, ainda, da alta velocidade de venda dos lançamentos. Segundo a empresa, 72% das unidades lançadas foram vendidas no próprio trimestre.
Em relação às vendas contratadas, a Cyrela contabilizou R$ 5,2 bilhões no acumulado do ano passado, sendo que 43,3% deste total ficaram concentrados no último trimestre, quando as vendas somaram R$ 2,3 bilhões.
A incorporadora encerrou o quarto trimestre com uma receita líquida de R$ 1,2 bilhão, aumento de 58,7% sobre o ano anterior. Em 2009, a receita da empresa somou R$ 4,1 bilhões, alta de 43,6%.
Já o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 257,3 milhões nos três meses encerrados em dezembro, contra R$ 76,1 milhões no último trimestre de 2008. A margem Ebitda, por sua vez, cresceu 11,4 pontos percentuais no período, a 21,6%.
(Por Vivian Pereira)