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Leilão da Cesp fracassa por falta de interessados

Por CARMEN MUNARI E DANIELA MACHADO
Atualização:

O leilão de privatização da elétrica estatal paulista Cesp, negócio que poderia alcançar valor superior a 20 bilhões de reais, foi cancelado nesta terça-feira devido à ausência de interessados. A CBLC (Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia) informou que nenhuma das cinco empresas pré-identificadas para o leilão depositou as garantias exigidas dentro do prazo especificado, que terminou ao meio-dia. As empresas pré-qualificadas eram: CPFL Energia ; Neoenergia, que tem a espanhola Iberdrola como sócia ; Energias do Brasil, ligada à portuguesa EDP ; Tractebel Energia, que faz parte da francesa Suez Energy International ; e a Alcoa Alumínio. O governador paulista, José Serra (PSDB), confirmou o cancelamento da operação pouco depois da nota distribuída pela CBLC e citou a crise financeira internacional como um dos fatores para o fracasso da operação. Segundo ele, empresas que participariam da privatização da Cesp relataram que tiveram dificuldade em conseguir financiamento no mercado para apresentar lances. Serra afirmou também que o governo não estava disposto a reduzir o valor mínimo estipulado inicialmente para a venda da fatia de controle, de aproximadamente 6,6 bilhões de reais. "O pessoal queria um valor menor, mas nós não vendemos na bacia das almas", afirmou Serra a jornalistas no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. As ações da Cesp despencavam quase 16 por cento às 13h36, enquanto o Ibovespa registrava alta de 2,25 por cento no mesmo horário. Na segunda-feira as ações da Cesp já haviam sofrido fortes quedas, com o mercado antevendo dificuldades para que qualquer consórcio participasse do leilão. No total, o comprador teria que desembolsar um valor total superior a 20 bilhões de reais, considerando a oferta que deveria ser feita a minoritários mais as dívidas da companhia.

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