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Leite: Fonterra quer expandir negócios na América do Sul

Por Agencia Estado
Atualização:

Brasília, 21 - A Fonterra, uma das maiores processadoras de leite do mundo, deve expandir a joint venture que tem com Nestlé para os demais países da América do Sul, informou hoje o conselheiro da empresa, Mike Moore. Atualmente, a joint venture entre as duas empresas é responsável por 10% da captação formal de leite no Brasil. Em 2003, a DPA, como é conhecida formalmente a joint venture, foi responsável pelo recebimento de 1,5 bilhão de litros de leite. A empresa neozelandesa tem parceria com a Sanco da Argentina e com a Soprole do Chile. A idéia da Fonterra é passar a produzir derivados de leite nessas regiões, o que baratearia os custos com logística. Moore disse que a idéia é fazer arranjos locais que sejam vantajosos para as duas partes. Na Nova Zelândia a empresa responde por 6% a 8% do PIB do país, e é a maior exportadora de produtos lácteos do mundo. A captação de leite na Nova Zelândia soma 14 bilhões de litros, com 12 mil agricultores ligados à empresa. Moore disse ainda que o Brasil vai se tornar um grande exportador de produtos lácteos no futuro, resultado em parte do fim do subsídios europeus à produção local. Ele informou que está no Brasil para fomentar as relações comerciais entre os dois países e observou que os produtores brasileiros devem investir na produção em escala e também na infra-estrutura rural. Ele salientou que a empresa tem uma grande infra-estrutura comercial com escritórios em 94 países. O representante neozelandês esteve pela manhã com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e disse que os dois têm a mesma percepção em relação à condição do País como grande exportador mundial de alimentos. "Com a ausência de subsídios agrícolas, o Brasil será o grande competidor mundial", afirmou. Ele salientou, ainda, que, além do aumento das exportações, o aquecimento da economia brasileira deve incrementar a demanda por produtos lácteos. Quanto ao crescimento econômico mundial, Moore previu que um aquecimento econômico de 3% a 4% nos próximos cinco anos elevará a demanda por produtos lácteos e citou como exemplo o Brasil e a Ásia, em particular o Japão. Quanto à rodada de negociação na Organização Mundial de Comércio (OMC), Moore foi enfático: "É possível a conclusão das negociações em 2005, mas acho pouco provável", afirmou ele, que é ex-diretor geral da OMC. Ainda com relação às negociações internacionais, ele comemorou o fato de a agricultura estar pela primeira vez, segundo ele, no centro da negociação. "Qualquer discussão comercial que envolva a agricultura terá impacto enorme para Brasil e Nova Zelândia". Ele concluiu que os dois países são grandes aliados no que se refere ao fim dos subsídios agrícolas.

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