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Linha de transmissão de energia na Amazônia terá torres de 300m

Por Denise Luna (Broadcast)
Atualização:

O governo brasileiro vai licitar no primeiro semestre deste ano o maior projeto de linhas de transmissão de energia já feito no país, e que vai integrar o sistema isolado da região Norte ao sistema elétrico nacional. Serão 1.811 quilômetros de extensão pelo meio da Amazônia, ligando Tucuruí, no Pará, a Manaus, no Amazonas, sustentadas por dezenas de torres de cerca de 300 metros, praticamente a altura da torre Eiffel. O empreendimento é estimado pela estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em 3,5 bilhões de reais e será vendido em três lotes. A obra vai beneficiar 2,2 milhões de pessoas. "É um marco pelo tamanho da obra e porque finalmente o país estará eletricamente unido", afirmou a jornalistas nesta quinta-feira o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim. Ele admitiu que existem desafios de logística a superar para a construção da linha principal, que terá uma ramificação até Amapá, e das sete subestações que fazem parte do projeto. "Um dos desafios é a construção de torres tão altas (as normais possuem entre 20 a 50 mestros de altura) e de acesso ao local por se tratar de área de várzea, que inunda durante o ano", explicou, dando como alternativas o uso de helicópteros nos lugares mais complicados e construção de "pontes brancas" (de madeira) para viabilizar o trânsito de material. Atualmente, quase toda a região Norte é abastecida por térmicas movidas a óleo diesel, o que encarece o custo da energia. Com a entrada em operação da linha Tucuruí-Macapá-Manaus, em 2011, a expectativa de Tomalsquim é de que haja redução da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) e, consequentemente, no bolso do consumidor. "Estamos prevendo uma economia anual de 2 bilhões de reais com a integração do sistema", disse Tolmasquim. O executivo garantiu também que apesar do inevitável desmatamento que será necessário para concluir a obra, a substituição das térmicas por hidroeletricidade vai reduzir a emissão de gás carbônico, com saldo positivo. "O que vai evitar de emissão vai compensar a retirada de madeira e ainda poderá sobrar crédito (de carbono) para ser comercializado", afirmou. A nova linha será preparada para receber energia da usina de Belo Monte, prevista para ficar pronta em abril de 2014, segundo Tolmasquim. A integração da região Norte faz parte do Programa de Expansão de Transmissão (PET) que anualmente é revisado pela EPE. Para o período 2008-2012, a previsão é de licitar 3.000 quilômetros de novas linhas, com investimentos estimados em 7,9 bilhões de reais, já incluída a linha Tucuruí/Manaus. Outro destaque do plano, segundo Tolmasquim, que também será licitado este ano, é a linha Foz do Iguaçu-Cascavel Oeste, no Estado do Paraná, com 125 quilômetros de extensão. A linha terá por objetivo dar maior segurança ao sistema escoando a energia gerada pela usina hidrelétrica de Itaipu, que atingiu cerca de 7 mil megawatts com a entrada da sua décima turbina. (Edição de Marcelo Teixeira)

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