O empresário Lírio Parisotto foi eleito conselheiro da Usiminas, em uma assembleia marcada por discussões acaloradas e um batalhão de advogados representando os acionistas controladores e minoritários. Até o fechamento desta edição, no entanto, o resultado não tinha sido formalizado e a assembleia estava suspensa. O clima refletiu a disputa entre Nippon Steel e Ternium, que juntas controlam a siderúrgica e há mais de um ano estão em pé de guerra. Parisotto, indicado pela Lpar, fundo que reúne recursos do próprio empresário, chega pela segunda vez ao conselho da Usiminas. A primeira foi em 2012 quando o investidor conseguiu, com a ajuda de outros acionistas, um assento no conselho. Nesta segunda-feira, a batalha se mostrou muito mais difícil, mas ao final seu nome ocupa, agora, a vaga que até outubro do ano passado era do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ).
Na assembleia os ânimos se exaltaram e o encontro chegou a ser suspenso mais de uma vez. Os minoritários, sob o olhar atento dos controladores, tinham uma vaga para preencher e três postulantes: o presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), Mauro Cunha, indicado pela acionista Tempo Capital, e Marco Antonio Bologna, ex-presidente da TAM, indicado pelo BTG Pactual, que por meio de um fundo de investimento detém 3% do capital votante da Usiminas, o que lhe garante a posição de segunda maior acionista fora do bloco de controle. Durante a Assembleia, quando foi definido que apenas um indicado dos minoritários seria eleito, a L.Par mudou de estratégia e uniu em uma única chapa dois nomes, com Cunha como suplente de Parisotto. Parisotto contou com 22.619.646 ações a favor e Bologna com 15.727.933, dando a vitória, assim, ao empresário. O resultado foi contestado pelo advogado do BTG, já que para essa vitória os votos da acionista Sankyu foram determinantes. A Sankyu é uma companhia japonesa que tem entre seus acionistas a Nippon Steel e possui 1,8% das ações ordinárias da Usiminas. O BTG chegou a entrar com pedido solicitando a postergação da AGE sob o argumento de que houve ilegalidades relacionadas à assembleia. A AGE ocorreu após um movimento da própria Lpar, que agrupou minoritários que correspondem a 5% do capital social da siderúrgica mineira para fazer o pleito para a chamada da AGE, com o intuito de tentar recompor o conselho da companhia. Para isso precisou reunir 5% do capital social, parcela necessária para ativar esse direito que consta na Lei das S/As. O fundo de Parisotto tem cerca de 1% das ações ordinárias e 5% das preferenciais da Usiminas.