
26 de dezembro de 2017 | 17h04
Como parte do plano de intensificar suas vendas pela internet, a Livraria Cultura fechou a compra da plataforma online Estante Virtual, que conecta compradores e vendedores de livros novos e usados na América Latina. O valor da operação, que foi anunciada ontem, não foi revelado pelas duas empresas.
Controlada pela família Herz, a Livraria Cultura tem como meta aumentar em 60% as transações online nos próximos dois anos, afirmou a companhia, por meio de nota.
Fundada em 2005, a Estante Virtual é uma operação de nicho. Possui 4 milhões de clientes cadastrados e 17,5 milhões de livros vendidos até hoje.
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A plataforma foi criada pelo empresário carioca André Garcia e se tornou conhecida por possibilitar o contato entre donos de sebos, livreiros e leitores de diversas regiões do País.
Trata-se da segunda aquisição feita pela Livraria Cultura neste ano. Em julho, a rede acertou a compra da operação da varejista francesa Fnac no Brasil – a companhia deixará, assim, de ter negócios no País.
Com a aquisição, a Livraria Cultura, fundada há 70 anos, entrou no segmento de venda de produtos eletrônicos, um mercado antes inexplorado por ela, e passou a ter 29 lojas no País.
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Crise. A rede tenta acelerar sua expansão enquanto lida com problemas financeiros e o aumento da concorrência da rival Amazon, que está ampliando suas operações no Brasil. Após cinco anos no País, a gigante americana do comércio online decidiu disputar a venda de produtos eletrônicos no mercado brasileiro.
A Livraria Cultura tem de lidar com uma dura equação: sair do prejuízo enquanto enfrenta queda nas receitas. Depois de atingir R$ 440 milhões em 2014, a empresa viu sua receita cair 17% nos últimos dois anos, atingindo R$ 380 milhões em 2016.
Com isso, foram feitos cortes no setor administrativo – 800 funcionários foram demitidos no período.
Ao longo de 2017, as dificuldades financeiras a levaram a atrasar, inclusive, a repasses de pagamento a editoras. A companhia disse, à época, que havia somente renegociações de prazos com editoras e não atrasos nos pagamentos devidos.
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