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Lucro da Vale cai 68,6% no segundo trimestre

Resultado veio 25% menor do que as expectativas; na comparação com o 2º trimestre de 2013 houve alta de 236,8%, mas vale lembrar que nesse período houve forte impacto da variação cambial

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Por Fernanda Guimarães
Atualização:
A receita operacional líquida da companhia atingiu, no intervalo de abril a junho, montante 7,1% menor do que o visto um ano antes Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

SÃO PAULO - A mineradora Vale apresentou lucro líquido de US$ 1,428 bilhão no segundo trimestre do ano, recuo de 68,6% em relação ao visto nos três meses imediatamente anteriores. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado houve uma alta de 236,8%, mas vale lembrar que nesse período houve um forte impacto por conta de variação cambial.

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No documento que acompanha o seu demonstrativo financeiro a Vale explicou que o lucro líquido foi afetado pelo impairment (baixa contábil) de ativos relacionados à Simandou e à mina de Integra Coal. "Reconhecemos um impairment em Simandou de US$ 500 milhões, uma vez que as discussões com o Governo da Guiné estão avançando no sentido de reconhecer e, de certa forma, compensar os investimentos feitos pela Vale naquele país. Continuamos diligentes no desenvolvimento de alternativas que possam permitir a recuperação do valor desses ativos no futuro", destacou a companhia no relatório da administração.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou US$ 4,104 bilhões no período em análise, retração de 16,2% na relação anual. Na comparação trimestral a alta foi de 1,1%. A margem Ebitda ajustada no trimestre foi de 41,4%, ante 42,7% no primeiro trimestre do ano e de 45,9% no segundo trimestre do ano passado.

A receita operacional líquida da companhia, por sua vez, atingiu no intervalo de abril a junho US$ 9,902 bilhões, montante 7,1% menor do que o visto um ano antes, mas apresentou alta de 4,2% em relação ao período anterior.

Queda de preços. Assim como nos três primeiros meses de 2014, a trajetória de queda do preço do minério de ferro foi um dos principais fatores que levou ao recuo do desempenho da companhia no período. Uma das razões para o impacto nos ganhos é o fato da mineradora utilizar em parte considerável de suas vendas o modelo de precificação futura do minério, que é aquela que utiliza como o preço de venda o valor do minério no momento em que o insumo é entregue ao cliente.

Compensando de forma parcial, a Vale apresentou forte aumento de produção de minério de ferro, chegando a surpreender analistas de mercado que acompanham a companhia. A produção de minério de ferro da Vale alcançou 79,448 milhões de toneladas no segundo trimestre, volume 12,6% acima do registrado no mesmo período do ano passado e superior em 11,8% ao primeiro trimestre de 2014, registrando, assim, a melhor performance em minério de ferro para um segundo trimestre.

Menor que a expectativa. O lucro da Vale veio 25% menor do que as expectativas do mercado. A média das projeções de cinco instituições financeiras (BTG Pactual, Citi, Goldman Sachs, Itaú BBA e Santander) apontava para um lucro de US$ 1,921 bilhão. A diferença do lucro reportado do projetado pelos analistas deve-se, essencialmente, ao impairment de ativos do Simandou, que gerou impactos de US$ 500 milhões. A receita operacional líquida, por fim, de US$ 9,902 bilhões está de acordo com as estimativas.

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A Agência Estado considera que o resultado está em linha com as projeções quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.

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