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Com aumento de tarifas e margens, Bradesco tem lucro 18% maior no segundo trimestre

Margens maiores com operações de crédito e a alta das tarifas garantiram um lucro de R$ 4,47 bilhões no período; inadimplência do banco voltou a subir e atingiu 3,7% no fim de junho

Por Agência Estado e Reuters
Atualização:
O índice de inadimplência do Bradesco, que considera os atrasos acima de 90 dias, subiu pelo segundo trimestre consecutivo e atingiu 3,7% Foto: Marcio Fernandes/Estadão

SÃO PAULO - O Bradesco abriu a temporada de resultados dos grandes bancos ao anunciar lucro líquido de R$ 4,473 bilhões no segundo trimestre deste ano, valor 18,4% superior ao mesmo período de 2014, de R$ 3,778 bilhões. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, quando o resultado foi de R$ 4,244 bilhões, o crescimento ficou em 5,4%.

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Margens maiores com operações de crédito e uma alta robusta das receitas com tarifas garantiram aumento do lucro do Bradesco no segundo trimestre, compensando o fraco avanço do crédito e uma alta leve da inadimplência.

O trabalho bem sucedido do banco em cobrar taxas maiores nos empréstimos fez a receita com juros crescer 13,9% na comparação anual, a R$ 13,4 bilhões. A margem líquida de juros subiu pelo quinto trimestre seguido na base sequencial. Em outra frente, o banco viu sua receita com tarifas, como as de conta corrente e de cartões de crédito evoluírem 14,8% na comparação ano a ano, para R$ 6,12 bilhões.

O Bradesco também conseguiu controlar suas despesas administrativas, que subiram 7,4% (abaixo da inflação) ano a ano, para R$ 7,54 bilhões.

Crédito. A carteira de crédito expandida do banco, que considera avais e fianças, alcançou R$ 463,406 bilhões ao final de junho, leve aumento de 0,02% sobre março, quando era de R$ 463,305 bilhões. No comparativo anual, quando os empréstimos totalizaram R$ 435,231 bilhões, a expansão ficou em 6,5%. O crescimento do crédito de abril a junho foi motivado pela pessoa física que totalizou saldo de R$ 143,461 bilhões, aumento de 1% ante os três meses anteriores. Na comparação anual, cresceu 6,2%. Os empréstimos para pessoa jurídica somaram R$ 319,945 bilhões no segundo trimestre, com retração de 0,4% em relação ao trimestre anterior e alta de 6,6% em um ano.

O banco fechou junho com R$ 1,029 trilhão de ativos, cifra 10,6% maior que há um ano, de R$ 931,132 bilhões. No comparativo com março, quando estava em R$ 1,035 trilhão, houve queda de 0,5%.

O patrimônio líquido do Bradesco foi a R$ 86,972 bilhões no segundo trimestre, elevação de 13,2% em 12 meses, quando estava em R$ 76,800 bilhões. Já na comparação com o primeiro trimestre deste ano, quando somou R$ 83,937 bilhões, foi visto crescimento de 3,6%. O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROE) recuou 0,4 pontos porcentuais de março para junho, alcançando 21,9%. Em um ano, subiu 1,2 p.p.

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Lucro ajustado. O Bradesco também informou, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, lucro líquido ajustado de R$ 4,504 bilhões de abril a junho, aumento de 18,4% em um ano, de R$ 3,804 bilhões. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, a expansão ficou em 5,4%. A diferença entre o resultado líquido contábil e o ajustado no primeiro trimestre ante um ano se deve a constituição de provisões cíveis e efeitos fiscais.

No primeiro semestre, o lucro líquido ajustado do Bradesco foi de R$ 8,778 bilhões, aumento de 20,6% em um ano, quando ficou em R$ 7,277 bilhões, correspondendo a rentabilidade de 21,9% sobre o patrimônio líquido médio ajustado. Do total, seguros contribuiu com 29,2% e atividades financeiras com a maior parte, 70,8%. 

Inadimplência. O índice de inadimplência do Bradesco, que considera os atrasos acima de 90 dias, subiu pelo segundo trimestre consecutivo e atingiu 3,7% ao final de junho, 0,1 ponto porcentual acima do visto em março. No comparativo anual, os calotes subiram 0,2 p.p.

Em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, o Bradesco explica que o leve aumento no comparativo anual e trimestral dos calotes ocorreu, principalmente, em função da desaceleração da atividade econômica, que impactou o crescimento da carteira de crédito, com destaque para retração dos empréstimos para micro, pequenas e médias empresas. A inadimplência deste segmento subiu 0,2 p.p. de março para junho, passando de 4,7% para 4,9%. Em um ano, aumentou 0,5 p.p.

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Na pessoa física também houve piora da inadimplência. Os calotes foram a 5,0% em junho ante 4,8% em março. Nas grandes empresas, o indicador passou de 0,8% para 1,0%.

A inadimplência de curto prazo do Bradesco, que compreende atrasos de 15 a 90 dias, subiu de 4,1% em março para 4,2% em junho. Em um ano, aumentou 0,3 p.p. "A inadimplência de curto prazo apresentou leve aumento, tanto para a pessoa física quanto para a jurídica. No comparativo anual, o índice foi influenciado, principalmente, pela pessoa jurídica, uma vez que para a pessoa física manteve-se estável", explica o Bradesco, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.

As despesas com provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, do Bradesco totalizaram R$ 3,550 bilhões no segundo trimestre, queda de 0,8% ante o trimestre anterior, de R$ 3,580 bilhões. Em um ano, quando estava em R$ 3,141 bilhões porém, subiu 13%.

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