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Lula, com Cristina, pede que PETROBRAS ajude Argentina

Por GUIDO NEJAMKIS
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu na segunda-feira, em uma reunião com a presidente eleita da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, que a Petrobras coopere na exploração de petróleo em águas profundas argentinas. Cristina conversou com Lula em Brasília por mais de uma hora com auxílio de intérpretes, em uma reunião que logo se ampliou para mais de uma dúzia de ministros e futuros membros do gabinete da atual primeira-dama, que sucederá seu marido, Néstor Kirchner, em 10 de dezembro. "A reunião foi um gesto ratificatório da aliança estratégica entre Argentina e Brasil", disse a jornalistas o chefe de gabinete de ministros da Argentina, Alberto Fernandez, que continuará no cargo. No encontro, Lula e Cristina abordaram a ampliação da cooperação bilateral no setor energético e orientaram seus colaboradores a dar um novo impulso à construção da central hidroelétrica binacional de Garabí, que terá cerca de 1.800 MW de capacidade instalada. A represa foi projetada para ser construída na fronteira entre Brasil e Argentina e deve começar a ser erguida em 2008. "O presidente Lula insistiu muito na necessidade de uma cooperação entre (a estatal argentina) Enarsa e Petrobras, inclusive nessa questão de prospecção em águas profundas", disse ao término do encontro Marco Aurélio García, assessor de política externa da Presidência. A Petrobras, que tem uma reconhecida experiência e tecnologia na extração de petróleo em águas profundas, anunciou dias atrás a descoberta de um megacampo petrolífero na bacia de Santos, em águas profundas. Cristina, em uma breve declaração aos jornalistas, disse que se comprometeu com Lula a manter dois encontros anuais para se buscar "resultados concretos" na integração entre os dois países. "Tivemos uma reunião frutífera e excelente", disse. A primeira reunião entre presidentes deve acontecer em fevereiro, em Buenos Aires, disse García. O aumento da cooperação buscada pelos países se estende em setores como energia nuclear, defesa e indústria aeroespacial, agregou García. Na reunião ministerial também se debateu a implementação de um já aprovado sistema para realizar o comércio bilateral argentino-brasileiro, de cerca de 20 bilhões de dólares anuais, em moedas locais.

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