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Lula não pediu para evitar aumento de juro, diz Meirelles

Indagado se um aumento de juro, no final de 2010, não teria ajudado o trabalho do BC este ano, ex-presidente do BC disse que o 'Banco Central cumpriu sua missão'

Por Luciana Antonello Xavier e da Agência Estado
Atualização:

O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles voltou a negar nesta segunda-feira, em Nova York, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha dado ordem a ele para não aumentar o juro em dezembro do ano passado. "(Lula) não pediu. A resposta já foi dada e a autonomia do Banco Central é pública e notória. Não há dúvida disso e também não faz sentido polemizar com fontes anônimas", afirmou Meirelles, durante palestra no "2011 Brazil Summit", promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, com apoio da Agência Estado. É o primeiro evento público de Meirelles em Nova York após deixar o comando do BC.

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Meirelles se referiu à reportagem do jornal O Globo de domingo, na qual um ex-ministro do governo anterior afirmava que tal pedido havia sido feito e que Lula dissera, na época, que não queria alta de juros no fim de seu mandato. Meirelles respondeu hoje com artigo publicado no mesmo jornal.

Indagado se um aumento de juro, ainda no final de 2010, não teria ajudado o trabalho do BC este ano, como afirmam alguns analistas, Meirelles respondeu que é normal que uns apontem que o Banco Central subiu os juros excessivamente ou não cortou os juros suficientemente. "O fato concreto é que o que interessa, como tudo na vida, é o resultado. E o resultado é que, em oito anos no Banco Central, a inflação cheia sempre esteve em torno da meta (de 4,5%) e a inflação, excluindo-se os efeitos primários dos choques de oferta, esteve rigorosamente na meta. Portanto, o Banco Central cumpriu sua missão", afirmou.

Meirelles disse que não comentaria sobre política monetária atual, pois ainda está em período de silêncio ao qual se impôs e que deve durar até 30 de dezembro. "Isso é no mínimo uma atitude elegante com meu sucessor", explicou.

Meirelles foi indicado pela presidente Dilma Rousseff para presidir a Autoridade Pública Olímpica (APO) e a confirmação do cargo deve ainda ser feita pelo Senado.

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