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Lula: sem corte no subsídio agrícola, Brasil não abrirá mercado

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Por Redação
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Brasília, 28 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, no lançamento do Plano Agrícola e Pecuário da safra 2007/08, que se os Estados Unidos e a União Européia não reduzirem os subsídios agrícolas, o Brasil não aceitará abrir o mercado industrial. Ele disse que recebeu um telefonema, na semana passada, do então primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pedindo para que o Brasil aceitasse negociar os principais pontos da Rodada Doha, defendidos pelos europeus. "O Blair ligou exigindo, exigindo não, ponderando, que se não abríssemos o mercado de produtos industrializados não teria acordo. Eu disse: então não tem acordo", relatou o presidente. "(Vocês) querem que os países emergentes abram suas porteiras mas lacram a de vocês", teria dito ainda Lulaa Blair, de acordo com seu relato. O presidente lembrou que na próxima semana estará em Portugal, para uma série de conversas com dirigentes europeus, para tratar da questão dos subsídios. Entre eles, a chanceler alemã, Angela Merkel, o chefe de Governo da Espanha, José Luiz Zapatero e o presidente de Portugal, Cavaco Silva. "Mas se eles não abrirem a agricultura, não tem mais conversa", disse o presidente sob aplausos da platéia formada por produtores, pecuaristas e representantes de entidades do agronegócio. "Nós não podemos tratar com eles no século 21, como estivéssemos no século 20. Nós iríamos abrir o mercado industrial e eles não abririam o mercado agrícola? Então não tem negócio", disse o presidente. Ele lembrou que os Estados Unidos queriam aumentar de US$ 15 bilhões para US$ 17 bilhões o limite de subsídios aos agricultores norte-americanos e o Brasil queria que esse limite ficasse em US$ 12 bilhões. Lula reclamou, ainda, da pressão dos países ricos para que os países emergentes como Brasil e Índia abrissem seus mercados para produtos industrializados.

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