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Mantega minimiza impacto da decisão do Copom sobre vigor da economia

Para ministro da Fazenda, expansão de crédito dá força ao crescimento do País e aumento recente da inflação é pontual

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast), Marisa Castellani , Luciana Xavier e da Agência Estado
Atualização:

A decisão de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom), em relação à taxa básica de juros, a Selic, não afetará o rumo da economia brasileira no curto prazo, na avaliação do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, a defasagem de tempo entre o anúncio das decisões do Comitê e o seu impacto para a economia real é estimado entre seis e nove meses. Segundo o ministro, o crescimento do País é sustentável e impulsionado pela demanda robusta e pelo investimento. "É um crescimento equilibrado", afirmou o ministro ao AE Broadcast Ao Vivo, que comemorou hoje sua milésima entrevista. Para comemorar essa marca, a Agência Estado vai oferecer parte deste conteúdo exclusivo a assinantes e aos internautas do estadao.com.br.   Ouça a entrevista com Guido Mantega  Áudios da Agência Estado analisam tendências de economia e política Agência Estado comemora a marca de mil entrevistas Ouça avaliação sobre alta do calote no varejo  Ricardo Amorim inaugura o serviço em agosto de 2002  Ouça entrevistas selecionadas por nossos editores  Conheça a história da Agência Estado  Veja como as entrevistas são produzidas AE Broadcast é base para tomada de decisão AE responde à popularização do mercado Tecnologia robusta garante rapidez, precisão e transparência na divulgação de 40 mil cotações   Mantega avaliou que a demanda atual depende mais do volume de crédito e lembrou que a oferta cresceu 25% este ano em relação a 2006. "É uma expansão contínua da oferta de crédito nos últimos quatro anos e é ela que vem irrigando a economia, potencializando a demanda agregada." Ele acrescentou que o crédito é o principal determinante do aumento da demanda hoje. "Qualquer que seja a decisão do Copom, se continuará reduzindo ou se dará uma parada (na seqüência de cortes da Selic), não afetará a demanda", avaliou.   O ministro descartou a possibilidade de a decisão do Copom de hoje afetar negativamente o humor de investidores porque as reduções da Selic ocorrem há dois anos consecutivos (o início do atual ciclo de afrouxamento monetário foi em setembro de 2005, quando a taxa básica de juros estava em 19,75% ao ano). "É uma nova realidade, com a Selic em um patamar bastante razoável, baixo, muito mais baixo do que a média dos últimos anos", afirmou.   Para Mantega, já é possível identificar disposição por parte dos coordenadores da política monetária de serem mais flexíveis e de acomodar o crescimento mais robusto da economia. "Porém, não descuidamos do controle da inflação. Conseguimos um equilíbrio entre política monetária mais flexível e crescimento mais acelerado da economia, que não gera inflação", defendeu.   Na avaliação de Mantega, a elevação recente da inflação é restrita a fatores pontuais. "É claro que houve alguns episódios nos últimos dois meses de elevação inflacionária, que foi muito bem localizada, principalmente nos alimentos", lembrou. Para ele, no entanto, a aceleração de preços é passageira, já está superada e ocorreu devido à entressafra.   Para o ministro, não há um movimento de inflação estrutural na economia brasileira, mas salientou a existência de movimentos conjunturais, como a disparada do preço do leite, da carne e do trigo, que dependeriam de circunstâncias da economia mundial.   Mesmo com o aumento da atividade e da constante menção feita pelos diretores do Banco Central em relação ao aumento da demanda, o ministro da Fazenda minimizou seus efeitos altistas para a inflação. "Temos índices de demanda, de nível de consumo, que falam em algo de 10% de crescimento em relação ao ano passado, porém esta demanda não está gerando inflação de demanda porque, em parte, é atendida pela produção nacional", alegou.   Os índices mostrariam, segundo o ministro, que o nível do uso da capacidade instalada pela indústria já chegou ao máximo e apresenta tendência de queda, demonstrando que o volume de investimentos feitos na economia brasileira já surtem efeitos. "Ao mesmo tempo, temos uma economia aberta, que pode aumentar as importações", continuou, informando que o ritmo de crescimento das compras brasileiras superam os 30% ao ano.

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