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Medidas de caráter prudencial ajudarão a conter inflação, diz ata do BC

Para diretores do BC, quadro regulatório atual tende a potencializar as ações de política monetária

Por Fernando Nakagawa , Fabio Graner e da Agência Estado
Atualização:

O Banco Central está confiante de que as recentes medidas de caráter prudencial ajudarão a conter a escalada dos preços. Na ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), os diretores da entidade afirmam que "o ambiente regulatório atual, comparativamente ao anterior, tende a potencializar os impactos de ações convencionais de política monetária".

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A avaliação consta do parágrafo 26 do documento divulgado nesta quinta-feira, 27. Nesse trecho, o texto afirma que o "cenário central também contempla moderação na expansão do crédito, para a qual contribuem as ações macroprudenciais recentemente adotadas".

"O Comitê pondera que, em parte, tais alterações regulatórias devem se manifestar como elemento de contenção da demanda agregada por intermédio do canal de crédito, bem como por meio da redução de incentivos à adoção de estratégias como o simples alargamento dos prazos de contratos, entre outras", cita o documento, ao lembrar de medidas anunciadas no início de dezembro que desestimulam a contínua expansão do crédito, especialmente para o consumo.

"As informações disponíveis corroboram essa visão, ao evidenciarem impactos relevantes tanto nos preços praticados quanto nas quantidades de recursos transacionados no mercado de crédito", afirma o texto.

Perspectivas para a atividade

Mesmo com as medidas macroprudenciais adotadas em dezembro e com o aumento do juro básico na semana passada, o Banco Central avalia que "são favoráveis as perspectivas para a atividade econômica doméstica neste e nos próximos trimestres". A avaliação consta no parágrafo 23 da ata da reunião de janeiro do Comitê de Política Monetária (Copom).

"Essa avaliação encontra suporte em sinais de que, apesar de moderação, a expansão da oferta de crédito tende a persistir, tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas; e pelo fato de a confiança de consumidores e de empresários se encontrar em níveis historicamente elevados, a despeito de alguma acomodação na margem, entre outros fatores", explica o documento no item 23.

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Além do crédito em expansão e da confiança em alta, o "Copom entende, adicionalmente, que o dinamismo da atividade doméstica continuará a ser favorecido pelo vigor do mercado de trabalho, que se reflete em taxas de desemprego historicamente baixas e em substancial crescimento dos salários reais, notadamente no setor público".

(Texto atualizado às 9h57)

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