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Meirelles associa bolhas a políticas monetárias expansivas

Presidente do BC ressaltou que alguns tipos de bolhas de crédito são mais perigosas e negativas

Por Ricardo Leopoldo e da Agência Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que o problema da formação de bolhas geralmente está relacionado às políticas monetárias expansivas e excesso de liquidez, o que normalmente tem características nacionais. Ele citou, por exemplo, que isso ocorre quando um determinado país tem uma política expansiva, com taxa de juros mais baixa do que a de equilíbrio por um período prolongado. Isso, de acordo com ele, gera entre outras consequências "aumento de preços de ativos que em algum momento torna-se insustentável e configura-se uma bolha que, eventualmente, estoura e cria problemas maiores ou menores aos mercados".

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Meirelles ressaltou que alguns tipos de bolhas de crédito são mais perigosas e negativas. Ele citou como exemplo a bolha de crédito imobiliária nos EUA, que surgiu da expansão muito forte de crédito de um lado num ambiente de farta liquidez e que era flexível na aceitação de garantias.

Meirelles ressaltou que a política de afrouxamento monetário nos EUA está gerando efeitos para diversos países no mundo. "Neste momento, nós temos outro tipo de expansão de liquidez que é a norte-americana. Mas pelas características de moeda reserva do dólar, esta liquidez começa a se espalhar para diversos países no mundo", comentou. "Desde países que estão crescendo de forma sólida, como é o caso do Brasil, até países que são vistos como sólido e com moedas fortes, como são os casos da Suíça e do Japão", destaca.

O presidente do BC ressaltou que foi favorável à acumulação de reservas pelo País nos últimos anos, pois tal medida, classificada por ele como uma espécie de seguro, ajudou de forma considerável o País a registrar problemas bem menores a partir da crise financeira internacional ocorrida há dois anos. "Nós vemos que o ganho de acumulação de reservas, além de outras medidas prudenciais que o Brasil tomou antes da crise de 2008, ultrapassa em larga margem o custo de carregamento das reservas. Não é o único exemplo", explicou.

Na avaliação de Meirelles, "seria necessário, desejável e importante" que houvesse um acordo multilateral entre os países membros do G-20 relativo à questão do câmbio. "Mas esta é uma questão que será discutida no tempo devido", disse. Meirelles explicou porque o Brasil não faz críticas à desvalorização do yuan chinês, fato que já ocorre pelos Estados Unidos e autoridades da zona do euro. "A situação internacional é muito complexa, é uma inter-relação de problemas. E, portanto, é um pouco difícil singularizar um país, especialmente, por uma situação de desequilíbrio global", avaliou.

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