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Mercado Livre vai brigar com Magalu e Via em linha branca

Às vésperas da Black Friday, gigante argentino das vendas online abre centro de distribuição na Grande SP focado em eletrodomésticos

Foto do author Cristiane Barbieri
Por Cristiane Barbieri (Broadcast)
Atualização:

Às vésperas da Black Friday, o Mercado Livre está inaugurando seu primeiro centro de distribuição só para itens de grande porte. Localizado em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, o espaço abrigará apenas produtos de linha branca (como geladeiras, fogões, fornos e máquinas de lavar) e televisores acima de 50 polegadas. Com a iniciativa, o Mercado Livre parte para cima de algumas de suas principais rivais, como Magazine Luiza e Via, que são os mais tradicionais vendedores desse tipo de mercadoria, em uma das datas mais importantes para o comércio.

Como trunfo, o Mercado Livre espera derrubar o prazo das entregas de 3 a 10 dias para apenas 1 dia, na região em torno da capital paulista. Oferece ainda a possibilidade de agendamento do horário de recebimento desses grandes itens.

Centro de distribuição do Mercado Livre para itens de linha branca; gigante argentina de vendas onlineespera derrubar o prazo das entregas de 3 a 10 dias para 1 diana região em torno da capital paulista. Foto: Don Visual/Mercado Livre

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A estratégia é tão importante que, apesar de ser conhecida por ser um marketplace, espécie de shopping virtual no qual lojistas vendem seus produtos, a plataforma comprou os bens de vários fabricantes. Faz isso com pouquíssimos itens para evitar imobilizar capital fora de sua principal atividade, que é tecnologia. 

Mas o caso era especial – e a exceção foi aberta. “Até agora, nosso cliente comprava o fogão ou a geladeira diretamente do fabricante, que tem uma logística voltada para as redes de lojas que os revendem”, explica Fernando Yunes, vice-presidente sênior do Mercado Livre. “Agora, ele terá com os itens grandes a mesma experiência que encontra nos produtos pequenos e médios.”

Segundo pesquisa da empresa de análise de dados Neotrust, entre as pessoas querem aproveitar as promoções da Black Friday, 49% pensam em comprar eletroeletrônicos e 31%, eletrodomésticos. “É uma categoria que está consolidada no e-commerce, de tíquete médio alto e que tinha participação menor em nosso mix”, frisa Yunes.

Para Eugênio Foganholo, diretor da consultoria especializada em varejo Mixxer, a estratégia do Mercado Livre faz sentido. “Além de enfrentar concorrentes famosos e originários dessa área, qualquer diferenciação nas categorias mais desejadas no Black Friday pode levar o consumidor a optar pela plataforma.”. 

Alimentos

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Segundo o Foganholo, isso vem sendo buscado de maneira geral no e-commerce também com alimentos, na tentativa de ampliar de recorrência de compra. Nessa linha, em outubro, o Mercado Livre anunciou parceria com a rede de supermercados Mambo para testar em São Paulo essa área – e pretende fazer a iniciativa avançar pelo País. 

“O Mercado Livre está indo nas duas pontas: do tomate à geladeira”, diz Yunes. “A intenção é fazer com que o consumidor, quando pense em comprar, saiba que vai encontrar qualquer coisa, com excelência de experiência.”

Em um ano no qual inflação, juros e desemprego estão em alta e há produtos em falta, a dúvida é se haverá mesmo desconto para atrair esse cliente. O Magazine Luiza disse, em sua conferência de resultados mais recente, que o estoque havia aumentado de 70 para 100 dias e pretende reduzi-lo exatamente na Black Friday, para desempatar o capital parado

Experiência única

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Dentro da estratégia do Mercado Livre, o projeto do centro de distribuição de itens de grande porte em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, é uma experiência única para a companhia. Isso permitiu que fossem desenvolvidas tecnologias específicas para a operação.

“De prateleiras e empilhadeiras especiais a equipes treinadas no transporte e na montagem, conseguimos entender os processos e desenhar sistemas do zero, com a possibilidade de nascer da melhor forma possível”, diz Luiz Augusto Vergueiro, diretor de operações do Mercado Livre.

A empresa não divulga o investimento feito em Franco da Rocha. Diz apenas que faz parte do pacote de R$ 10 bilhões destinados à operação brasileira para o ano 2021. O CD tem 800 mil m² e capacidade de armazenagem de aproximadamente 200 mil produtos. Serão contratadas 300 pessoas para essa operação.

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Em junho, já com o projeto do centro de distribuição em andamento, o Mercado Livre começou a receber as primeiras compras de televisores e itens da linha branca. Em relação à Black Friday, Fernando Yunes, vice-presidente sênior do Mercado Livre, não detalha as promoções que serão feitas, mas adianta que o consumidor poderá encontrar descontos de até 70% no site.

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