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Mercado vê chances menores de aprovação da reforma da Previdência

Investidores avaliam que está mais difícil levar as mudanças nas regras das aposentadorias para votação ainda este ano; nesta quinta-feira, a Bolsa caiu 1,07% e dólar subiu 1,7%

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Por Luciana Dyniewicz e Paula Dias
Atualização:
Com as dúvidas sobre a votação da reforma da Previdência, a B3, Bolsa paulistana, caiu 1,07% e o dólar subiu 1,7%. Foto: Suamy Beydoun/AGIF - 31/3/2017

As dificuldades do governo em aprovar a reforma da Previdência ainda neste ano desanimaram o mercado financeiro nesta quinta-feira, 7, levando o Ibovespa (principal índice da Bolsa brasileira) a recuar 1,07%, para 72.487 pontos. A queda chegou a 2,6% durante a manhã, mas notícias externas, sobretudo as altas dos preços do petróleo e das bolsas de Nova York, amenizaram as perdas. Segundo analistas, tanto a Bolsa como o câmbio (o dólar subiu 1,7%, a R$ 3,288) continuarão voláteis enquanto não houver uma definição sobre a reforma.

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Inversão. A semana havia começado com a Bolsa em alta e o dólar em queda após o encontro, no último domingo, 3, em que o presidente Michel Temer propôs um pacto com parlamentares para aprovar a proposta. Para Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos, porém, o otimismo havia sido exagerado. "A alta de 1% da Bolsa ontem (quarta-feira) foi um pouco prematura, baseada em boa parte no fechamento de questão do PMDB em favor da reforma. Além das dissidências dentro do PMDB, que não garantem votação integral da legenda, ainda há diversos partidos da base que estão indecisos e que não vão fechar questão", disse.

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Em encontro com jornalistas, o presidente da B3 (a Bolsa de São Paulo), Gilson Finkelsztain, afirmou, porém, que ainda há chances de que a reforma passe e acrescentou que sua aprovação não está totalmente precificada no mercado. "O consenso é que não está precificado, deve estar cerca de 50%", destacou o executivo.

Empresas. Nesta quinta-feira, 7, as quedas na Bolsa atingiram praticamente todas empresas com maior credibilidade no mercado, com destaque para o setor financeiro, o mais importante na composição do Ibovespa.

As ações ordinárias (com direito a voto) do Banco do Brasil, bastante sensíveis ao risco político, terminaram o dia em queda de 3,87%, um dos piores desempenhos do mercado. Os papéis da Petrobrás recuaram 0,88% (ações ordinárias) e 1,68% (preferenciais, sem direito a voto), apesar das altas do petróleo no mercado internacional. A Embraer foi um dos destaques positivos do dia, com alta de 1,51%. O Ibovespa acumula alta de 0,72% em dezembro de 20,36% em 2017. /COLABOROU FERNANDA GUIMARÃES

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