O Mercosul quer atrair a associação plena da Bolívia e do Equador, segundo informou o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota. "O alto-representante do Mercosul, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, vai começar com reuniões exploratórias com a Bolívia, depois com o Equador", disse Patriota, em entrevista à imprensa em Assunção, onde está sendo realizada a 41ª Cúpula do Mercosul.
Os chanceleres do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai se reuniram durante café da manhã com representantes dos governos boliviano e equatoriano, onde estes manifestaram interesse em ser membros plenos do bloco. Como associados, Bolívia e Equador participam das reuniões do Mercosul, mas não têm direito a voto. Há seis anos, o processo de adesão da Venezuela ao bloco regional está emperrada já que o Paraguai veta a entrada do país.
Patriota disse que os chanceleres apontaram para "o bom momento do Mercosul, com crescimento econômico de 8% em média em 2010, que foi o crescimento mais elevado de qualquer união aduaneira, ou associação de livre comércio". Ele destacou que no ano passado, o comércio intrabloco foi de US$ 45 bilhões e as perspectivas para 2011 "também não são ruins, em torno de US$ 50 bilhões". O chanceler destacou também a "prosperidade do Paraguai, que cresceu 15% em 2010, uma das economias que mais cresceu".
O chanceler comparou o cenário internacional atual com o momento de criação do Mercosul há 20 anos, e ressaltou que hoje o bloco regional "não é mais visto apenas como um projeto econômico comercial, mas também como um projeto que envolve integração política e coordenação crescente com os demais países".