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Merkel alerta contra otimismo prematuro sobre fim da crise europeia

Chanceler alemã pede que reformas econômicas e de política fiscal continuem na zona do euro

Por Clarissa Mangueira e da Agência Estado
Atualização:

FRANKFURT - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, alertou seus colegas europeus contra um otimismo prematuro de que a crise da dívida da zona do euro foi contida, e pediu que os líderes fiquem no curso das reformas econômicas e de política fiscal. Em uma entrevista coletiva no fim de uma cúpula de dois dias dos líderes da União Europeia, a chanceler alemã reiterou que não há bala de prata que possa resolver a crise da dívida com um tiro. Citando dados econômicos fracos que mostraram que a zona do euro entrou novamente em recessão e que o desemprego está aumentando, Merkel alertou que o caminho de uma reforma dolorosa precisa continuar durante os próximos anos. "Os encargos políticos desse processo de transformação ainda serão sentidos no próximo ano e, talvez, além", afirmou Merkel. "Muito foi feito, mas ainda há um tempo difícil pela frente que não podemos resolver com apenas um golpe ou uma medida única. Então, não podemos abandonar nosso zelo com a reforma". Embora alguns líderes da UE, como o presidente da França, François Hollande, já tenham declarado vitória sobre a crise da dívida da zona do euro, Merkel afirmou que continua cautelosa. Segundo ela, ainda levará anos para que as reformas no mercado de trabalho aumentem o emprego. E, embora os governos da zona do euro tenham feito progresso significativo em cortar déficits, mais cortes orçamentários dolorosos são necessários nos próximo ano para manter o bloco nos trilhos. Uma coisa que precisa estar clara, disse Merkel, é que a confiança da zona do euro está retornando, à medida que os esforços para consertar as instituições do bloco e a soberania, como o acordo nesta semana para criar um supervisor bancário europeu para reforçar a supervisão sobre as maiores bancos da região, são implementadas. "Nos últimos meses se tornou claro para todo mundo que há uma determinação comum de não apenas manter o euro, mas também de fortalecer suas fundações", disse Merkel. "A comunidade internacional reconheceu isso; os investidores agora sabem disso." As informações são da Dow Jones.

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