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Milho: chuva esfria especulação com clima no Paraná

Por Agencia Estado
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São Paulo, 14 - O mercado do milho começou a semana bastante lento, com muito poucos negócios travados. Após o primeiro impacto do leilão de opções, o mercado se estabilizou e os compradores estão bem menos agressivos. A preocupação com o abastecimento diminuiu. Isso porque as exportações perderam fôlego com a fraqueza do dólar e da bolsa de Chicago. E o clima inadequado, que vinha provocando temores sobre o tamanho da próxima safra de verão, ficou mais propício no Paraná. As chuvas que atingiram o estado ontem e no domingo esfriaram as especulações em torno do plantio. A estiagem prolongada em algumas regiões daquele estado vinha atrasando o plantio de milho. Em anos normais, setembro concentra o plantio de 40% da área do cereal. Assim, problemas nesse mês deixam o mercado de sobreaviso, principalmente diante da previsão de nova queda de área na primeira safra. "Alguns atacadistas estão especulando com o clima no estado", lembra corretor paranaense. "Afinal, a previsão é de que ocorram veranicos durante o desenvolvimento da safra", diz a fonte. Assim, o raciocínio é de que o clima poderá continuar pregando peças. As chuvas dos últimos dois dias, diga-se de passagem, não foram tranqüilizadoras. "Não repôs todo o déficit hídrico, mas dá para dar o pontapé inicial no plantio", disse Vera Zardo,agrônoma do Deral, ao correspondente da Agência Estado, Evandro Fadel. Sem considerar o próximo ano, a situação de abastecimento do Paraná é bastante confortável. Os produtores ainda têm 4,56 milhões de toneladas de milho por comercializar, de acordo com o Deral. Até o fim da semana passada, os agricultores haviam negociado 75,4% da safra principal e 25,3% da safrinha. Diante deste cenário, ontem os compradores tinham reduzido o preço oferecido no norte do Paraná para R$ 17,00/saca, ante os R$ 17,30 e até R$ 17,50 pagos na semana passada. No Oeste, a sinalização de preço do comprador variava entre R$ 17,00 e R$ 17,20/saca. A maioria dos vendedores pedia R$ 18,00/saca. No porto de Paranaguá, os tomadores pagavam nominalmente R$ 17,50/saca, sem interesse de venda nesses níveis. Os vendedores, seja como for, não aderiram a estes preços menores. "O comportamento dos preços agora vai depender do sangue frio dos produtores", vaticinou um corretor da região. Em Santa Catarina, havia vendedor a R$ 20,00/saca, mas apenas para lotes bastante pequenos. No Mato Grosso, os preços também eram iguais aos da semana passada: pagava-se R$ 10,30/saca em Lucas do Rio Verde, R$ 10,00/saca em Sorriso e R$ 12,00/saca em Rondonópolis. (segue)

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