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Milho/Cenário: com opções, mercado reage em quase todas as praças

Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo, 30 - Uma semana depois do início do programa de opções do governo, os preços do milho realmente reagiram no mercado atacado. Dentre as 13 praças de atacado pesquisadas pelo CEPEA, apenas o milho posto em Recife teve variação negativa nos preços, no período de 20 a 27 de agosto. Ainda assim, foi uma variação pequena, os preços caíram 0,49%. No outro extremo, o Norte do Paraná (+3,52%) e a Sorocabana (+3,57%), foram as praças que tiveram a apreciação de preços mais positiva. Nos dois leilões realizados, o governo negociou ao todo contratos 27.116 contratos de 27 toneladas. Como resultado, os produtores e cooperativas que compraram os contratos terão a possibilidade de vender ao governo 732.132 toneladas de milho nos exercícios de outubro e novembro. O volume, embora pequeno diante de uma safra estimada pela Conab em 42,46 milhões de toneladas, ajudou o mercado a reagir. Mas além das opções, é o progresso da colheita em algumas praças que ajudou o mercado a registrar recuperação de preços. Em alguns pontos do oeste e do norte do Paraná, a colheita já se encerrou. Ou seja: nessas regiões, os produtores já terminaram de entregar ao consumidor o milho que tinham. Isso impeliu alguns compradores de pequeno e médio porte a voltar ao atacado. Da parte das cooperativas, os arranjos feitos com grandes consumidores de milho para entrega de milho a fixar já se encerraram. Neste cenário, a pressão de oferta desapareceu. "E é justamente nesta época que o consumo de milho aumento, porque o alojamento de aves e suínos é maior por causa das vendas do fim de ano", diz um analista do setor. Confira a seguir a variação de preços em algumas praças de comercialização no período de 20 a 27 de agosto: ________________________ PRAÇA DO VARIAÇÃO ATACADO SEMANAL ======================== Passo Fundo +1,58% Chapecó +1,44% Paraná/Sudoeste +1,71% Cascavel +3,60% Ponta Grossa +1,56% Paraná/Norte +3,52% Sorocabana +3,57% Campinas +1,20% Mogiana +2,91% Triângulo MG +2,01% Rio Verde +3,15% Sorriso +2,43% Posto Recife -0,49% ========================= (Renato Stancato, segue) Enquanto os indicadores domésticos foram positivos para o milho, o fronte externo foi negativo na semana passada. Ao longo do período, o dólar comercial oscilou abaixo de R$ 3,00, e ainda encerrou o período com variação negativa de 0,37%. Pior ocorreu com Chicago: os contratos para entrega em dezembro recuaram 5,27% na semana, fechando sexta-feira a US$ 90,15 por tonelada. Tudo isso sinalizaria para preços mais fracos no porto. Mas não foi o que ocorreu. Quinta-feira, saíram negócios a R$ 19,00/saca no transferido de Paranaguá, e a R$ 19,20/saca com pagamento a partir de 15 de setembro. Na sexta-feira, ainda havia tomador com preço aberto no porto a R$ 19,00/saca. Na sexta-feira anterior, as cotações do milho estavam até um pouco mais baixas no porto, e o preço era indicado a R$ 18,70/saca. Para analistas, os compradores do porto ainda seguem apenas a lógica do mercado interno. "É preciso lembrar que as exportações equivalem a cerca de 10% da produção total do País", lembra um analista. "Assim, as tradings só elevam os preços quando sentem que o mercado interno está subindo e podem deixar de receber o milho necessário para cumprir seus contratos." Em Santa Catarina, tomadores já admitiam pagar até R$ 20,00/saca no Planalto. No Rio Grande do Sul, o preço assinalado pelo consumidor era de R$ 21,00/saca base Passo Fundo. No oeste do Paraná, os tomadores de menor porte pagavam R$ 17,00/saca. Grandes players ainda resistiam, pelo menos abertamente, a aceitar tal valor. No norte, foram travados pequenos negócios a R$ 17,00/saca e, em casos em que o lote estava próximo do tomador, ocorreram compras a R$ 17,20/saca em Arapongas e em Maringá. O Mato Grosso, contudo, ficou de fora dessa recuperação de preços do milho. Na sexta-feira, os tomadores continuavam indicando entre R$ 10,00 e R$ 10,50/saca em Lucas do Rio Verde. Em Campo Verde, o preço variava entre R$ 11,70/saca e R$ 12,00/saca. Em Rondonópolis, R$ 11,50/saca. Confira a seguir as cotações do milho no disponível em algumas das principais praças de comercialização do Brasil. A apuração é feita pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (CEPEA): ========================================================== EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO MILHO NO MERCADO DISPONÍVEL (R$/SC) ========================================================== 20/ago 23/ago 24/ago 25/ago 26/ago 27/ago ========================================================== Passo Fundo 18,87 18,83 19,50 18,80 19,17 19,17 Chapecó 19,32 19,75 19,71 19,92 19,67 19,60 Paraná/Sudoeste 17,46 17,58 17,56 17,70 17,96 17,76 Cascavel 16,35 16,43 16,56 16,76 16,66 16,94 Ponta Grossa 17,23 17,25 17,31 17,52 17,69 17,50 Paraná/Norte 16,18 16,41 16,60 16,69 16,78 16,75 Sorocabana 16,80 16,94 16,93 17,17 17,44 17,40 Campinas 18,33 18,40 18,63 18,56 18,55 18,55 Mogiana 16,48 16,48 16,96 16,61 16,96 16,96 Triângulo MG 15,90 15,71 15,78 16,12 15,98 16,22 Rio Verde 14,25 14,38 14,50 14,50 14,80 14,70 Sorriso 10,25 10,50 10,50 10,25 10,10 10,50 Posto Recife 24,12 24,00 24,00 24,12 24,12 24,00 ========================================================== (Renato Stancato, fim)

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