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Ministro das Finanças da Venezuela descarta venda da Citgo Petroleum, diz jornal

A Venezuela descartou vender a Citgo Petroleum, refinaria nos Estados Unidos que é subsidiária da estatal do petróleo PDVSA, segundo afirmou o ministro das Finanças, Rodolfo Marco, em entrevista publicada na imprensa local neste domingo. "A venda da Citgo foi descartada e o presidente reforçou isso", disse Marco ao jornal El Universal. "A Venezuela vai continuar com a Citgo e continuará investindo em refinarias", completou. Com caixa apertado, a PDVSA esperava arrecadar entre 8 bilhões a 10 bilhões de dólares com a operação, uma receita bem-vinda em meio à queda do preço do petróleo, grandes pagamentos de dívida e uma economia que muitos acreditam estar em recessão.  Vários analistas, no entanto, avaliaram a Citgo bem abaixo dessa faixa, e a venda foi criticada localmente por membros do governo socialista, que consideraram a investida uma privatização disfarçada. O governo articulou o acordo em segredo, deixando analistas e pessoas influentes na indústria tentando buscar um motivo para o desinvestimento surpresa e, agora, para a aparente mudança de rumo. O presidente Nicolás Maduro disse no mês passado que a Citgo continuaria como um projeto de prosperidade nos Estados Unidos, um comentário que foi interpretado por alguns como um sinal de que o governo estava reconsiderando vendê-la, embora ele não tenha dito nada específico sobre isso. A Venezuela contratou o banco de investimentos Lazard para lidar com a venda. 

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Por Redação
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Marco também disse na entrevista que o país da Organização dos Países Exportadores de Petróleo está trabalhando no preço da gasolina e na unificação de taxas de câmbio, movimentos arriscados politicamente que ajudariam a fortalecer as finanças.

"A taxa de câmbio e as questões fiscais e da gasolina não foram colocadas na prateleira", disse Marco. "São questões nas quais estamos trabalhando, e quem decide é o presidente Maduro."

O banco central da Venezuela não publicou dados do PIB neste ano, uma investida que críticos dizem ser uma tentativa de esconder dados negativos.

"O banco central venezuelano fez um trabalho excelente, e 2015 será excelente", disse Marco, quando perguntado sobre o atraso na publicação dos dados.

(Por Andrew Cawthorne)

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