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Montadoras suspendem férias no Vale do Paraíba

Por JOÃO CARLOS DE FARIA
Atualização:

As montadoras de veículos localizadas no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, suspenderam as férias coletivas do final de ano para dar conta do aumento nas vendas, que em 2010 devem atingir 3,64 milhões de veículos em todo País, batendo mais um recorde nacional. A decisão repete a situação do ano passado, quando a maior parte dos metalúrgicos também não tiveram descanso.Pelo menos 15,5 mil trabalhadores da General Motors, em São José dos Campos, e da Volkswagen e da Ford, em Taubaté, deverão ficar sem o tradicional período de descanso do final do ano. O fato preocupa os sindicalistas que reivindicam mais contratações para diminuir a carga produtiva sobre os funcionários dessas empresas."Produzimos 50 mil veículos a mais que no ano passado, nas plantas daqui e de São Caetano do Sul, com 2,4 mil trabalhadores a menos", reclama o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antonio Ferreira de Barros. Segundo ele, os trabalhadores já fizeram diversas discussões e vão exigir a contratação de pelo menos mais 1,5 mil na planta local, logo no início de janeiro. O número de lesionados e acidentes de trabalho teria aumentado devido ao ritmo acelerado de produção, mas Ferreira não soube informar o índice.A GM deverá paralisar suas atividades no dia 23 de dezembro com retorno no dia 3 de janeiro. Do total de 8 mil trabalhadores, apenas 3 mil devem permanecer em férias coletivas até dia 12 de janeiro, a maioria da fábrica do modelo S10, que sofrerá mudanças na linha de produção. O período de folga entre o Natal e o Ano Novo já foi compensado ao longo dos últimos meses.TaubatéEm Taubaté, a unidade da Volkswagen deverá parar nos dias 24, 25 e 26 e 31 de dezembro e 1º e 2 de janeiro, que também já foram compensados com horas extras. No total a planta emprega 5,3 mil trabalhadores nas linhas de montagem dos modelos Gol e Voyage. A Ford, que produz na sua unidade local os motores Sigma e Zetec Rocam, também não dará férias coletivas aos seus 1.708 empregados.Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, Isaac do Carmo, os trabalhadores precisam de mais tempo para descanso. "Vamos brigar para diminuir as horas extras e pela redução da jornada de trabalho", disse. Ele acredita que em 2011, por ser um ano de ajustes do novo governo, pode haver uma freada no ritmo de produção, mas que os investimentos anunciados pelas montadoras e pelas empresas do ramo de autopeças aponta para a perspectiva de novas contratações.

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