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Moody’s considera pouco provável mudança do rating do Brasil em 2014

Segundo a agência de rating, a nota brasileira já considera uma expectativa de crescimento baixo em 2014, entre 1,5% e 2%

Por Fernando Travaglini e da Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - A agência de classificação de risco Moody's considera pouco provável uma mudança na nota de risco de crédito do Brasil em 2014. Segundo a diretora associada da Moody's para América Latina, Mariana Waltz, a condição atual, Baa2 com perspectiva estável está adequada para o País neste momento e as atenções se voltam, agora, para o desempenho em 2015.

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"É muito pouco provável que ocorra mudança no rating do Brasil em 2014", disse em evento na Amcham Brasil. Segundo ela, a nota brasileira já considera uma expectativa de crescimento baixo em 2014, entre 1,5% e 2%, e relação dívida sobre o PIB "elevada" em 2014, em torno de 62%. "Esses números já estão precificados", disse.

A Moody's acredita que deve ser monitorado o que vai acontecer daqui para frente, especialmente em 2015, "não só os números, mas muito mais o que veremos de política de governo e o ambiente que vai se construir para as contas públicas, o PIB e a inflação", afirmou. "Vamos observar a nova administração e se fará os ajustes necessários", completou.

Ela diz ainda que a comparação com outros países com nota inferior ao Brasil também justifica a manutenção, neste momento, do grau Baa2. Ela citou como exemplo que para cada US$ 1 dólar de dívida, o País tem US$ 5 em reservas. Já a Turquia, por exemplo, tem apenas US$ 0,60 para cada dólar devedor.

"Quando se compara o Brasil com países em Baa3, a posição é mais forte", disse. "A situação pode se deteriorar em função da situação do País, essa é a preocupação, mas hoje o Brasil tem condição melhor do que países com rating Baa3", completou.

Como lembrou Mariana, depois do downgrade pela Standar&Poor's, há uma preocupação se o País será rebaixado também por outras agências, ou até perder o grau de investimento. "Hoje o Brasil tem rating da Baa2, com perspectiva estável. Seriam necessários dois downgrades negativos para se perder o grau de investimento. É muito improvável que o Brasil venha a perder o grau de investimento pela Moody's no curto prazo", disse.

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