O pedido de CPI mista foi protocolado, também nesta quarta, pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO) e pelos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Ronaldo Caiado (DEM-GO). O objetivo da criação da comissão é apurar as informações publicadas na revista Veja de que o movimento recebe, irregularmente, verbas do governo.
O MST discorda e aponta como motivo da instalação da CPI o fato de o governo Lula ter recentemente anunciado que irá atualizar os índices de produtividade das terras brasileiras. O movimento acusa a senadora Kátia e os deputados Onyx e Caiado de, como líderes da bancada ruralista, estarem defendendo interesses agrários.
"(A bancada ruralista) não aceita que seja cumprida a Constituição Federal de 1988 e a Lei Agrária, de fevereiro de 1993 que determina que "os parâmetros, índices e indicadores que informam o conceito de produtividade serão ajustados, periodicamente, de modo a levar em conta o progresso científico e tecnológico da agricultura e o desenvolvimento regional", argumenta o MST. O movimento alega que os índices de produtividade são analisados com dados de um censo feito em 1975, ou seja, defasado há mais de 30 anos.
A nota fecha com um recado do Movimento dos Sem Terra avisando que os trabalhos e manifestações que vem sendo feitas, continuarão a ser realizadas. "Vamos continuar a organizar os trabalhadores pobres do campo para a luta pela Reforma Agrária e um novo modelo agrícola."