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MST invade 12 fazendas em SP

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Por Redação
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São Paulo, 25 - Numa ação batizada de Operação São João, em homenagem ao santo do dia, o Movimento dos Sem-Terra (MST) do líder José Rainha Júnior invadiu ontem 12 fazendas no oeste do Estado de São Paulo. A nova ofensiva tem como alvo o projeto de lei do governador José Serra (PSDB) que propõe a regularização fundiária de propriedades com mais de 500 hectares na região. Os sem-terra também querem mais rapidez da Justiça na desapropriação de terras para a reforma agrária. Com o apoio de sindicatos rurais, que reivindicam melhorias nas condições de trabalho, foram ocupadas 10 áreas no Pontal do Paranapanema, uma na Alta Paulista e outra na região de Assis. Durante a invasão da Chácara Alcinda, em Assis, houve confronto com a Polícia Militar e, segundo o MST, três sem-terra ficaram feridos. Dois líderes foram levados à delegacia de polícia e liberados em seguida, após prestarem depoimentos. As ações, distribuídas por nove municípios, mobilizaram 910 pessoas. Na quinta-feira, outros 340 sem-terra já haviam invadido duas fazendas. A coordenação estadual do MST não reconhece as ações de Rainha, por considerar que ele age por conta própria. Mas o líder dos sem-terra promete levar adiante as ocupações do chamado "inverno quente" e garante que segue as diretrizes do MST, definidas no recente congresso da organização. Além de sindicatos rurais filiados à CUT, Rainha conta com a adesão do Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast), Movimento Terra Brasil (MTB) e Unidos na Luta pela Terra (Uniterra). "Com a unificação, os movimentos ganham força para fazer a reforma agrária acontecer", disse Rainha. Ameaçado de prisão, o líder dos sem-terra não participou das invasões. Ficou na retaguarda, nos acampamentos. Madrugada Os sem-terra iniciaram durante a madrugada as invasões de ontem. No município de Castilho, a ocupação da Fazenda Cafeeira começou às 3 horas e teve a participação do sindicato regional dos empregados rurais de Presidente Prudente. "É uma continuação da luta unificada que iniciamos em fevereiro com o pessoal do Rainha", explicou o presidente, Rubens Germano. Segundo Germano, o sindicato, com apoio do MST, pretende paralisar usinas de açúcar e álcool esta semana na região, para exigir melhores salários. No Pontal, a PM enviou viaturas às fazendas apenas para constatar as invasões. A orientação, segundo um oficial que pediu para não ser identificado, era para não interferir, aguardando que os donos das terras consigam na Justiça liminares de despejo. Em Assis, a PM despejou os 50 integrantes do MST que tinham entrado na Chácara Alcinda, na madrugada de ontem. Segundo o líder Luciano de Lima, os policiais usaram cassetetes, bombas de efeito moral e cães contra os sem-terra. Três invasores teriam ficado feridos no episódio. Mas a PM nega ter usado violência. As informações são do O Estado de S. Paulo

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