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Mulheres se aproximam dos homens na carteira de investimentos

Diferença ainda continua na carteira de renda variável, onde elas são mais conservadores e representam apenas 25% dos investidores

Por Yolanda Fordelone e da Agência Estado
Atualização:

O comportamento das mulheres na hora de investir está cada vez mais parecido com o dos homens. Isso é o que mostra alguns números da última feira de finanças pessoais ExpoMoney em São Paulo. Quando o assunto é imóveis, por exemplo, 59,35% dos homens que participaram do evento declaram ter imóvel próprio contra 60,85% das mulheres.

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Dados da ExpoMoney mostram também que público feminino que possui previdência privada soma 23% das participantes da feira, contra 31% dos homens. "A mulher é conservadora nos investimentos, mas o brasileiro em geral também é. A taxa de juros muito elevada no passado acabava empurrando as pessoas para este tipo de perfil", diz o diretor de marketing da Mongeral Aegon, Nuno David. "Na previdência não há diferenças significativas: 48% dos nossos clientes são mulheres e 52%, homens", contabiliza.

Na poupança, a diferença também não é grande: 56,4% das mulheres da feira possuem a caderneta e 49,62% dos homens. Até mesmo nos clubes de investimentos, em que a decisão de quais ações e fundos comprar é coletiva, o número é próximo: 4,15% dos homens e 2,4% das mulheres.

Diferenças

As maiores diferenças, contudo, ainda recaem sobre os investimentos de risco, como ações. Entre os investidores da BM&FBovespa no balanço de abril, apenas 25% eram mulheres. Em alguns locais, o porcentual é maior, mas chega somente a 27%, no Rio de Janeiro. Na ExpoMoney, 42% do público masculino declarou investir em ações, número muito maior aos 15% do feminino.

"Homens e mulheres reagem completamente diferentes em relação ao risco. Como as pessoas reagem às emoções é como elas reagem aos investimentos", diz o professor de finanças do Insper, Ricardo Mollo. "As mulheres têm filhos, tendem a ser mais preocupadas, cautelosas. Além disso, os homens geralmente têm mais autoconfiança em relação aos investimentos. A mulher tende a procurar amais ajuda de consultores e gerentes antes de investir sozinha", explica.

Feira especial

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Pensando no público feminino, os mesmo organizadores da ExpoMoney trarão para São Paulo nesse ano um evento voltado para investidoras, o Só Para Mulheres.

"A mulher há alguns anos vem assumindo o papel de chefe de família e administradora do orçamento. Hoje em dia ela está sofisticando o consumo e a relação com o dinheiro", diz a criadora do evento, Ciça Carvello. "O evento começou cor de rosa, em 2004 em Goiânia, mas hoje em dia a mulher não quer mais aquela coisa fofinha e rosa. Quer algo sofisticado que seja um espelho do que ela é hoje", comenta.

"Quando criei o primeiro evento, percebi que não tinha no Brasil uma feira que tratasse do universo feminino como um todo. Existia segmentos da indústria, eventos de moda, cosméticos, mas não tudo unificado", afirma Ciça.

O Só Para Mulheres chega a São Paulo nos dias 5 a 7 de outubro. Antes, ocorrerá em Goiânia, em 14 a 16 de setembro.

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