PUBLICIDADE

Não há ameaça para o sistema do euro, diz Strauss-Khan

Para diretor do FMI, resgate da economia da Grécia, um dos países da Europa mais afetados pela crise, será bem sucedido

Por Ricardo Leopoldo e da Agência Estado
Atualização:

O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, afirmou que "não há ameaça ao sistema do euro" em função da forte crise que atinge alguns países da Europa e provoca intenso nervosismo no mercado financeiro global. "É difícil para a Grécia fazer o que tem de fazer, mas [o governo] já adotou algumas decisões. Porém ocorreram muitos erros no passado, não há outro jeito para eles", afirmou. Kahn participou hoje do 6º Fórum Globonews, em São Paulo.

PUBLICIDADE

Kahn, no entanto, destacou que está confiante que o plano de resgate da economia grega será bem sucedido, embora tenha ressaltado que deverá levar alguns anos para gerar resultados positivos. "Eu fiquei impressionado com a forma pela qual o governo explicou suas políticas ao povo. O [programa] que está sendo implementado foi muito planejado pelas autoridades europeias. Talvez precise de algumas mudanças para tornar-se mais crível. Eu penso que esse plano vai funcionar."

Para o diretor-gerente do FMI, contudo, o problema maior da Grécia hoje é viabilizar a plena implementação do programa de ajuste da economia, pois a cada dia é preciso "um novo acordo" político para que as medidas passem a ser adotadas. "Não subestime o problema dos gregos", ressaltou Khan, destacando que o programa econômico que promove drástico ajuste fiscal é o único caminho a levar a economia do país à trajetória de desenvolvimento.

O diretor-gerente do FMI ainda afirmou que uma parte da volatilidade registrada pelos mercados financeiros em função da crise fiscal em alguns países da Europa deve diminuir até o final do ano. "É difícil fazer previsões em termos de volatilidade de mercados que foram atingidos pelo problema da Grécia e pela falta de confiança na situação da zona do euro, mas isto voltará à normalidade nos próximos meses", ressaltou.

Perguntado pela Agência Estado se uma parcela expressiva dos problemas da Grécia seria resolvida neste ano, Kahn foi categórico: "O problema da Grécia é de longo prazo, bem como o plano (de recuperação) estabelecido pelas autoridades europeias. Ninguém pode dizer que o problema vai ser resolvido este ano, mas parte de sua implementação ocorrerá ainda em 2010". 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.