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‘Não há sinais de bolha imobiliária’

Para o presidente do Citi Brasil, Helio Magalhães, ocorreu ajuste no preço dos imóveis

Foto do author Aline Bronzati
Por Aline Bronzati (Broadcast) e Mário Braga
Atualização:

O presidente do Citibank no Brasil, Helio Magalhães, não vê sinal de bolha imobiliária e risco sistêmico no mercado imobiliário brasileiro. Ocorreram, conforme ele, ajustes de preço. “Não vemos bolha que tenha implicação de mudança drástica que causaria impacto na economia brasileira”, afirmou o executivo, em debate no 1.º Summit Imobiliário Brasil 2015, promovido pelo ‘Estado’ em parceria com o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo (Secovi-SP).

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Gonçalo Bernardo, diretor executivo do Morgan Stanley, também presente no evento, lembrou que sintomas de bolha que foram identificados em outros mercados não aconteceram no Brasil. “O que há no Brasil não é uma bolha imobiliária, mas um ciclo de mercado”, acrescentou ele.

Sobre o momento atual ser favorável ao investimento no mercado imobiliário brasileiro, o executivo disse que há ativos diferentes para os variados perfis de investidores. Segundo ele, a base de ativos do segmento é uma segurança para o investidor, mas não deixa de ter risco. 

Olhar. Piotrowski, da 'Economist'; Magalhães, do Citi; Bernardo, do Morgan Stanley; e Basilio Jafet, da Fiabci Brasil Foto: Werther Santana/Estadão

Câmbio.O câmbio e a visão econômica são pontos desafiadores para os estrangeiros, embora a visão desse público esteja mais confortável para olhar ou entrar no País do que há seis meses, segundo Bernardo. “Os próximos seis meses serão cruciais para eliminar pontos de incertezas na economia e proporcionar um novo nível de conforto ao investidor que quer entrar no mercado brasileiro.”

Segundo o diretor do Morgan Stanley, do ponto de vista econômico, é preciso que o investidor tenha confiança no curto prazo, segurança e conhecimento das regras do jogo. Já do câmbio, não há conforto em relação à moeda como em outros países, exigindo proteção de risco, na qual o custo pode inviabilizar o investimento. Bernardo acrescentou que é preciso uma visão direcionada sobre o rumo do câmbio no Brasil, mas que a desvalorização do real tende a contribuir para aumentar o investimento estrangeiro.

Magalhães, presidente do Citi, vê a situação atual do Brasil “um pouco indefinida” e o mercado é suscetível a condições econômicas. “O investimento no mercado imobiliário é seguro e tem custo, mas para qualquer investimento fica a dúvida do que vai acontecer na economia. Saindo do déficit, indicadores nos levam a crer que o investimento será bastante oportuno uma vez que a recuperação econômica virá”, afirmou ele.

O chefe do escritório da revista britânica The Economist Jan Piotrowski, “o Brasil parece viver em constante ciclo de euforia e desespero”.

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Para ele, o maior problema do País é que faltam ferramentas para enfrentar o atual momento e apenas um choque de confiança “é pouco para corrigir todos os problemas que o Brasil tem”.

Piotrowski vê o câmbio atual como um convite para os investidores estrangeiros, mas ressalva que existem “infelizmente os reflexos dos desdobramentos da Operação Lava Jato”.

Apesar dos problemas , o executivo vê o País como “extremamente estável”. “O Brasil não é a Venezuela e não é a Argentina. O Brasil tem maturidade institucional que vem da aversão ao radicalismo.” 

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