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‘New York Times’ enfrenta seus funcionários

Carta aberta ao presidente do conselho reclama de medidas como suspensão do plano de pensão

Por Agências Internacionais
Atualização:

NOVA YORK - A crise do jornalismo impresso nos Estados Unidos dá sinais cada vez mais preocupantes. Os funcionários do jornal The New York Times publicaram, antes do Natal, uma carta aberta manifestando seu descontentamento com a atual administração. Endereçada ao publisher e presidente do conselho, Arthur Sulzberger Jr., até a noite desta terça-feira, 27, já havia recebido mais de 280 assinaturas. A redação do New York Times tem enfrentado, nos últimos anos, reduções temporárias de salários e cortes de funcionários. Desde março, os jornalistas trabalham sem um novo contrato. Entre as medidas que têm causado "consternação profunda" na redação está a suspensão dos planos de pensão dos correspondentes internacionais. "Nossos funcionários estrangeiros em escritórios internacionais acabaram de ter seus planos de pensão congelados com somente uma semana de aviso", informou a carta aberta. "Algumas dessas pessoas arriscaram suas vidas para que pudessem fazer seu trabalho. Duas delas chegaram a perder a vida. Muitas passaram toda a sua carreira no Times - de fato, algumas têm cartas do seu pai explicando o sistema de pensão - e merecem um tratamento melhor." Segundo o blog The Huffington Post, Bill O’Meara, presidente do sindicato dos jornalistas de Nova York, alguns funcionários chegaram a pensar em algumas ações "mais dramáticas" que a carta aberta. "Algumas pessoas queriam invadir o escritório de Arthur Suzlberger", disse O’Meara ao blog. "Algumas pessoas queriam organizar uma passeata." O novo contrato dos funcionários do jornal ainda está em negociação e, de acordo com o sindicato da categoria, os negociadores exigiram o congelamento do plano de pensão e o fim do plano de saúde independente. Este ano, a redação ainda não recebeu aumento de salários. Uma porta-voz do New York Times disse ao Huffington Post que o jornal não comentaria as negociações em andamento, mas que ele continua buscando fechar um acordo com o sindicato. As reclamações acontecem ao mesmo tempo em que Janet Robinson deixará a presidência da New York Times Co. (empresa que publica o jornal) com um pacote de compensação que pode chegar a US$ 15 milhões, segundo a agência Reuters. Sábado será seu último dia no cargo. Além de US$ 4,5 milhões em pagamentos por serviços de consultoria, Robinson receberá US$ 10,9 milhões do plano de pensão, por mais de 28 anos de serviços prestados.

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