Qualquer acordo para fortalecer a zona do euro provavelmente não será o suficiente para aliviar a pressão sobre os ratings soberanos da região, embora o AAA da França esteja a salvo, afirmou hoje em entrevista à Dow Jones o alto executivo da Fitch Ratings Tony Stringer. A qualidade do crédito da França é crucial para o mecanismo de resgate da zona do euro, a Linha Europeia de Estabilidade Financeira (EFSF), que depende da França e da Alemanha para alcançar o rating AAA.
Para os membros mais fracos da moeda única o risco de mais rebaixamentos continua real, pois qualquer acordo levará tempo para ser implementado e a crise não vai ceder rapidamente, disse Stringer. "O equilíbrio dos riscos pela zona do euro continuam desfavoráveis e continuarão assim pelo menos nos próximos 12 meses".
Os Estados Unidos também não estão livres da incerteza. Stringer repetiu o alerta de agosto, quando a Fitch afirmou que o novo painel de corte de déficit vai precisar atingir suas metas se Washington deseja manter sua nota AAA. "Se o comitê for incapaz de entregar US$ 1,2 trilhão em medidas de consolidação fiscal, então haverá revisão de rating novamente. Isso poderia resultar em, pelo menos, uma mudança para perspectiva negativa", disse. Stringer também alertou que a atmosfera política em Washington está prejudicando os esforços para chegar a um acordo. "Eles ainda enfrentam grandes desafios no setor fiscal", acrescentou.
No momento, o foco continua na Europa, onde um default da Grécia é inevitável, afirmou o executivo. Segundo ele, se o acordo entre os líderes europeus frustrar expectativas, os mercados financeiros globais podem caminhar para uma nova espiral descendente.
As informações são da Dow Jones. (Paula Moura)