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Nova Previdência trará economia de R$ 500 bi, diz Citi

Banco americano vê possibilidade de crescimento em fusões e aquisições, médias empresas e estatais; instituição, porém, prevê que negociações no Congresso devem cortar economia pela metade prevista com reforma

Foto do author Aline Bronzati
Foto do author Altamiro Silva Junior
Foto do author Cynthia Decloedt
Por Aline Bronzati (Broadcast), Altamiro Silva Junior (Broadcast) e Cynthia Decloedt (Broadcast)
Atualização:

A aprovação da reforma da Previdência trará uma economia de cerca de R$ 500 bilhões nos próximos dez anos para o País, de acordo com os cálculos do banco americano Citibank. As estimativas da instituição financeira levam em conta uma reforma semelhante à que havia sido estruturada no governo de Michel Temer. O projeto que será levado ao Congresso amanhã pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), montado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, prevê corte de gastos de R$ 1,1 trilhão.

Marcelo Marangon: ofensivas em vários setores para fazer o Citi crescer no País. Foto: Werther Santana/Estadão

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Na segunda-feira, 18, em encontro com a imprensa, o presidente do Citi no Brasil, Marcelo Marangon, disse que o banco está otimista com o governo Bolsonaro, mas cauteloso sobre a expectativa de aprovação das reformas. “O ritmo da aprovação das reformas vai definir o otimismo”, disse o executivo. “O estrangeiro se frustrou com o Brasil no passado e agora quer ver as reformas aprovadas.”

De qualquer forma, o cenário do Citi, que vendeu a operação de varejo para o Itaú e hoje opera apenas como banco de investimentos no Brasil, envolve a aprovação da reforma da Previdência ainda em 2019. A dúvida é a magnitude das mudanças, diz o economista-chefe do banco, Leonardo Porto. A instituição trabalha com a economia fiscal de R$ 500 milhões, ou seja, menos da metade do que o governo prevê no momento.

“Ainda há dúvidas sobre pontos do texto”, disse Porto, destacando que espera mais clareza sobre as medidas após o encaminhamento do texto ao Congresso, amanhã.

Caso a administração Bolsonaro consiga aprovar um texto mais amplo, com economia fiscal acima de R$ 500 bilhões, o dólar pode cair abaixo de R$ 3,64 no fim do ano, de acordo com o banco. Para a Selic, a taxa básica de juros, a previsão do economista é que seja mantida ao longo deste ano.

Segmentos de interesse

As reformas também deverão ter efeito sobre os negócios envolvendo empresas – dentro e fora da Bolsa. Responsável pela área de banco de investimento do Citi Brasil, Eduardo Miras espera que o mercado de fusões e aquisições se aqueça mais no segundo semestre. Esse segmento, de acordo com o executivo, foi impactado no ano passado pelas eleições.

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O Citi espera também maior movimento em sua área voltada em empresas públicas, aproveitando a onda de privatizações aguardada durante os próximos quatro anos de governo. O setor já existia, mas deve ter mais negócios, conforme a expectativa do banco.

Outra prioridade da instituição são as médias empresas, segmento em que espera dobrar seus negócios até 2022, afirma o responsável pela área no Citi, Antônio Rubens. Atualmente, o Citi tem no Brasil cerca de 900 empresas neste segmento, cujo faturamento anual gira entre R$ 200 milhões e R$ 1,8 bilhão por ano.

Para crescer, a instituição financeira já mapeou 4 mil grupos empresariais de um total de 17 mil organizações com este perfil no País. Segundo o executivo, o Citi vai fazer um verdadeiro “rouba monte” no segmento no Brasil, que atualmente tem R$ 5 bilhões em ativos, em uma tentativa de atrair os melhores grupos.

Com ofensivas em diversos setores, o Citi Brasil espera atingir US$ 1,5 bilhão em receitas nos próximos anos, de acordo com o presidente do banco no País. Hoje, a instituição soma entre US$ 1 bilhão e US$ 1,1 bilhão. Marangon afirma, no entanto, que não existe um prazo para que esse crescimento projetado se torne realidade.

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