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Nova rodada da ANP ocorrerá com 'todo gás', apesar da crise, diz Lima

Por Denise Luna (Broadcast)
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Em uma sala lotada de representantes de empresas do porte da BG, Exxon, El Paso, Norse Energy, Petrogal e de executivos de pequenas companhias cheias de gás para entrar ou crescer no mercado, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) concluiu a audiência pública da 10a rodada de licitações nesta terça-feira segura de que a crise financeira que apavora o mundo não vai afastar investidores do leilão. "Só de ter essa sala cheia já mostra que a 10a rodada tem tudo para ser uma rodada vitoriosa", disse na abertura do evento o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima. Ele lembrou que na nona rodada, no ano passado, quando o governo decidiu retirar blocos que estavam localizados na cobiçada área pré-sal da costa brasileira, "todos falavam que o leilão seria um fracasso, e foi a nossa melhor arrecadação", afirmou Lima. Os planos financeiros agora são menos ambiciosos. Se vendidos todos os 130 blocos que serão oferecidos na 10a rodada pelo preço mínimo, a agência vai arrecadar o equivalente a apenas um bloco do pré-sal que seria vendido em 2007 e foi retirado, ou cerca de 240 milhões de reais. Com toda a nona rodada, a ANP arrecadou 2,1 bilhões de reais em bônus de assinatura. Sem poder colocar à venda as áreas consideradas "filé mignon" para a indústria, no pré-sal, a ANP selecionou para a 10a rodada apenas áreas em terra, consideradas novas fronteiras, inclusive em uma bacia que não vinha sendo explorada. A bacia de Parecis, no Estado de Mato Grosso, pode conter grande quantidade de gás natural. "A região teve uma atividade exploratória interrompida em 1995, mas tem muito gás, identificamos gás em horizonte profundo e óleo também", disse a superintendente da ANP Magda Chambriard. A bacia do Amazonas, onde atualmente apenas a Petrobras explora, também foi destacada pela executiva como grande oportunidade. "Mais de 200 poços foram perfurados e em 60 houve indício de petróleo e gás", afirmou. Estarão também no leilão a bacia de Potiguar, onde já atuam diversos produtores; bacia Sergipe-Alagoas, também já disputada em outras rodadas; bacia do Recôncavo, a mais antiga bacia brasileira que vai ofertar áreas próximas a campos já em produção; bacia de São Francisco, no Estado de Minas Gerais, também já sendo explorada; e bacia do Paraná, onde o único operador é a Petrobras. INTERESSE Presente na audiência, o diretor de Exploração e Produção da Norse Energy do Brasil, subsidiária da norueguesa Norse Energy, Milton Franke, que já possui 12 ativos (blocos) no Brasil, sendo um em terra, disse à Reuters que os resultados em áreas "onshore" não são muito promissores, mas que ainda estava analisando a participação no leilão. A empresa produz 5 mil barris diários de petróleo no país, na bacia de Camamu-Almada, na Bahia. Ele minimizou possíveis problemas de financiamento devido à crise financeira global, mas admitiu que isso deve pesar um pouco na decisão dos investidores em participar da 10a rodada. "Atrapalha um pouquinho todas as empresas, mas estamos esperançosos de poder participar", afirmou. O diretor de assuntos corporativos da BG Brasil, Roberto Ardenghy, também disse ainda estar avaliando a participação da companhia. A BG tem 25 por cento do cobiçado campo de Tupi, no pré-sal da bacia de Santos, o mais adiantado dos blocos operados pela Petrobras na região. "Toda rodada é uma oportunidade, (a participação) vai depender das áreas, do risco, cada empresa tem sua estratégia", explicou Ardenghy, concordando que a crise financeira não deve atrapalhar o leilão porque a visão da indústria de petróleo é de longo prazo. "O bom dessa rodada foi manter o sistema de rodadas periódicas, mostrar continuidade", explicou. A BG explora oito áreas no Brasil, sendo três no pré-sal da bacia de Santos --BMS9 (20%), BMS11 (25%) e BMS10 (30%).

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