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Odebrecht anuncia obra de transporte no Pará

Após acordo para construir porto no ES, empresa venceu disputa para corredor de ônibus de R$ 400 milhões

Por Renée Pereira
Atualização:

Um dia após anunciar a conquista de uma obra de R$ 2,1 bilhões, a Odebrecht divulgou ontem que venceu a licitação de um sistema de transporte no Pará. O projeto, de quase R$ 400 milhões, envolve a construção de 10,8 quilômetros de corredor de ônibus, dois terminais de integração e 13 estações.

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Para ganhar a licitação, a empreiteira ofereceu um desconto de 26,5% sobre o preço definido no edital. Ao contrário do projeto do megaporto que será construído no Espírito Santo, cujos estudos de engenharia ainda terão de ser elaborados, o corredor de ônibus tem previsão de início de obras no segundo semestre. Diretor da Odebrecht, José Eduardo de Sousa Quintella afirma que a expectativa é assinar o contrato até o fim de junho. 

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A Odebrecht venceu licitação pública e foi contratada pelo governo do Pará para construir a rede de BRT da região metropolitana de Belém Foto: JF DIORIO/ESTADÃO

A obra compreenderá a infraestrutura física do Sistema Troncal de Ônibus da Região Metropolitana de Belém, com corredores de ônibus, requalificação urbana, implementação de ciclovias e terminais de integração, entre outras melhorias. A expectativa é que tenha início ainda em 2018 e dure cerca de 20 meses. A Odebrecht concorreu com outros sete grupos empresariais, entre espanhóis, portugueses e chineses.

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O executivo destacou que, além da licitação vencida ontem e dos estudos do porto no Espírito Santo, a empresa tem uma série de propostas para clientes, públicos e privados. Em março, a companhia já havia conquistado uma obra, de R$ 578 milhões, para ampliar uma térmica de Furnas, do grupo Eletrobrás. “Tínhamos uma meta desafiadora e nos aproximamos dela. + Infográfico: A maior delação da Lava Jato

Reputação abalada. Desde a Operação Lava Jato, a empreiteira viu sua carteira de obras cair pela metade, de US$ 33 bilhões para US$ 14 bilhões. Isso agravou a situação da empresa, cuja reputação foi abalada com o escândalo de corrupção. Sem novas obras, receitas em queda e dívidas vencendo, a empresa teve entrou numa grave crise financeira.

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Na semana passada, a empreiteira deixou de pagar uma dívida de R$ 500 milhões com investidores estrangeiros e corre contra o tempo para fechar um acordo com os bancos para um novo empréstimo de R$ 2,5 bilhões. Se não conseguir concluir as negociações nas próximas três semanas, a empresa entrará oficialmente em processo de default (calote).

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