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Oferta da Eletrobras deverá captar R$ 8 bilhões em recursos de pessoas físicas

Do total arrecadado com o ‘consumidor comum’, R$ 5 bilhões deverão vir de recurso do FGTS e o restante, de compras diretas; oferta deve ultrapassar os R$ 30 bilhões

Foto do author Fernanda Guimarães
Por Fernanda Guimarães
Atualização:

As pessoas físicas deverão marcar presença maciça na megaoferta de ações da Eletrobras, operação que marcará a privatização da estatal de energia. Com a possibilidade do uso do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), a estimativa é de que a participação do varejo chegue a R$ 8 bilhões, de um total de mais de R$ 30 bilhões previstos para a oferta. O período para reserva de ações começa no próximo dia 3 e vai até o dia 8. A definição do preço do papel será no dia 9.

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A forte participação dos investidores pessoas físicas terá impulso do FGTS. Os investidores poderão utilizar até 50% do saldo de suas contas. O prospecto da oferta de ações limita também que o uso do FGTS não ultrapasse o total de R$ 6 bilhões. A expectativa entre os bancos que coordenam a operação, porém, é de que esse grupo compre até R$ 5 bilhões. Somado a esse montante, outros R$ 3 bilhões, ou 10% da oferta, deverão vir de dinheiro de pessoas físicas não vinculado ao fundo.

A expectativa é de uma demanda bastante robusta, algo que à primeira vista pode parecer contraditório diante de um contexto de um mercado fraco e de muita aversão ao risco.Mas os investidores acreditam que a empresa de energia terá uma forte valorização em Bolsa após a desestatização, um movimento muito aguardado. Por isso, muitos fundos de ações estão vendendo papéis de empresas do mesmo setor para ter dinheiro para investir na oferta, disse uma fonte.

Prédio da Eletrobras; Oferta de ações deverá captar R$ 8 bilhões em recursos de pessoas físicas Foto: Pilar Olivares/Reuters

Forte apetite

Prova dessa estimativaé de que grandes investidores mostraram apetite, antes da oferta ser lançada, para comprar R$ 30 bilhões em ações – ou seja, praticamente o total ofertado, apurou o Estadão. No entanto, os bancos que assessoram a oferta limitaram que os chamados fundos âncoras ficassem no máximo com metade do volume, ou seja, R$ 15 bilhões, com “cheque” mínimo de R$ 1,5 bilhão. 

Do restante da oferta, um volume entre R$ 3 bilhões e R$ 5 bilhões deverá ficar na carteira dos investidores prioritários, como os atuais acionistas minoritários. Na oferta, a União terá sua fatia reduzida para menos de 50% do total das ações. A ideia é que a participação do governo e do BNDES caia dos atuais 60% para cerca de 33%.

O modelo da privatização é o mesmo do que foi utilizado pela antiga BR Distribuidora, que antes pertencia à Petrobras (o negócio foi rebatizado de Vibra). Empregados e aposentados pela Eletrobras também poderão comprar ações. 

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Pontos de atenção

Em uma agenda intensa de reuniões com o mercado, um dos pontos centrais das discussões tem sido a situação de Furnas, porque essa é uma condição precedente para o andamento do processo de privatização. É necessário que investidores que possuem papéis da dívida de Furnas (chamados de debenturistas) aprovem um aporte da empresa na Santo Antônio Energia. 

A conclusão da assembleia relativa ao assunto foi adiada para o próximo dia 6, na segunda-feira, data máxima para que esse imbróglio seja resolvido. No entanto, segundo gestores de fundos que participaram das reuniões, esse não é um risco relevante para o processo.

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