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OHL, de grupo espanhol, leva 4 trechos de rodovias em leilão

Por CESAR BIANCONI E SÉRGIO S
Atualização:

Com ambição declarada de ganhar cinco de sete trechos de rodovias federais levados a leilão nesta terça-feira, a OHL Brasil, subsidiária do grupo espanhol OHL, arrematou os quatro primeiros trechos vendidos. Após quase duas horas de leilão, uma decisão judicial interrompeu temporariamente a disputa para que a empresa Acciona fosse readmitida no processo. Na retomada do leilão, o consórcio BRVias, formado por brasileiros, levou um trecho que não foi disputado pela OHL. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está licitando 2.600 km de rodovias federais, para as quais espera investimentos de 19,8 bilhões ao longo dos 25 anos de duração das concessões. Vence a licitação a empresa que cobrar o menor preço de pedágio. Nos primeiros quatro trechos leiloados, a OHL chegou a oferecer deságio de 65,43 por cento sobre o teto estabelecido pela ANTT para trecho de 562,10 km da Rodovia Fernão Dias, ligando Belo Horizonte (MG) a São Paulo (SP). O preço do pedágio será de 0,997 real em oito praças de cobrança. O investimento previsto nesse trecho é o maior do leilão, de 4,6 bilhões de reais. Houve 14 propostas por esse lote. O presidente da OHL Brasil, José Carlos Ferreira de Oliveira, afirmou que a empresa aposta no crescimento continuado da economia brasileira. "Como as condições do país melhoraram, nós acreditamos na evolução do PIB e, consequentemente, numa evolução do tráfego, então, nós vamos ter um retorno que cremos suficiente para os nossos acionistas", disse. Ele afirmou ainda que as propostas feitas no leilão são decorrentes de estudos de tráfego, juros e da capacidade de financiamento. A OHL Brasil é a segunda maior companhia do setor de concessões de rodovias no Brasil em quilômetros administrados, com 1.147 km em operação, segundo site da empresa. A OHL levou também o trecho Curitiba-Florianópolis, que passa por três rodovias federais, oferecendo deságio de 62,67 por cento ou 1,028 real para cinco praças de cobrança em um trecho de 382,33 km. Houve 17 propostas pelo trecho que passa pelas BR-116 (PR), BR-376 (PR) e BR-101 (SC), com investimento previsto de 3,5 bilhões de reais. A empresa também ficou com a concessão de trecho de 401,6 quilômetros da Rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo a Curitiba, ao se dispor a cobrar pedágio de 1,364 real, ou deságio de 49,2 por cento. Serão seis pedágios ao longo da rodovia. Houve 13 propostas para o trecho que deve receber investimentos de 4,3 bilhões de reais. A OHL conquistou o quarto trecho ao oferecer deságio de 40,95 por cento para o pedágio, que ficou em 2,258 reais, em cinco praças da BR-101, num trecho de 320,1 km ligando a ponte Rio-Niterói à divisa do Espírito Santo. O leilão teve 7 propostas. O quinto trecho ficou com o consórcio BRVias, formado pela Splice, do empresário Antônio Beldi, grupo Áurea, da família Constantino, e da construtora Walter Torre. O consórcio ofereceu deságio de 40 por cento, se dispondo a cobrar 2,450 reais de pedágio nas quatro praças da BR-153, trecho de 321,6 km que se estende da divisa São Paulo-Minas Gerais a São Paulo-Paraná.

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