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Oi, Vivo e Claro planejam oficializar oferta pela TIM antes do leilão de 4G

Divisão da operadora controlada pela Telecom Itália deve ser feita em partes diferentes, com 40% para a Claro, 35% para a Oi e 25% para a Vivo; proposta pode superar R$ 30 bilhões

Por Mariana Sallowicz
Atualização:

RIO - As operadoras de telefonia Oi, Vivo e Claro querem apresentar para a Telecom Itália uma proposta conjunta de compra da TIM Brasil antes do leilão da faixa de 700 MHz da internet móvel de quarta geração (4G), marcado para 30 de setembro. A expectativa é de que, nos próximos dias, Vivo e Claro possam formalizar interesse no negócio, informou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, uma fonte próxima às negociações. 

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Essas duas operadoras também têm interesse de participar do fatiamento da TIM Brasil. A Vivo, no entanto, poderá demorar mais tempo para se manifestar, uma vez que sua controladora, a Telefônica, está em plena negociação para a compra da GVT, disse uma fonte a par da negociação.

“A manifestação (das operadoras) deve ocorrer antes do leilão porque se trata de uma peça importante da equação. É importante que a decisão sobre a consolidação ou não consolidação (do setor) seja tomada até antes”, afirmou uma fonte. 

A Telecom Itália, dona da TIM Brasil, ainda não foi oficialmente procurada. A proposta será conduzida pelo BTG Pactual, contratado pela Oi para desenvolver alternativas para viabilizar as negociações.

Já é certo que a divisão da tele não será em porcentuais iguais. Uma das propostas em estudo hoje é que as fatias fiquem em torno de 40%, 35% e 25%, números que ainda não estão fechados e podem variar. Por questão regulatória, a compra da TIM não poderia ser feita por uma única operadora.

O grupo mexicano América Móvil (que controla Claro, Embratel e Net) deve ficar com o maior porcentual. A empresa sofre um forte processo de concorrência no México e está atenta ao mercado brasileiro. Já a segunda maior participação ficaria com a Oi e, a outra, com a Vivo, segundo as negociações neste momento. Esta última teria a menor fatia, uma vez que já é líder no mercado móvel de telefonia no País.

Os controladores da Vivo e da Claro já foram contatados e demonstraram que participarão do processo, segundo fontes.

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A quantia a ser oferecida será superior a R$ 30 bilhões, atual valor de mercado da TIM Brasil. Em operações com venda de controle, o prêmio a ser pago costuma ser de 20% a 25% . Em valores de hoje, a proposta pela empresa poderia ficar entre R$ 36 bilhões e R$ 38 bilhões.

Pendências. Um dos pontos que estava pendente para o processo avançar era a definição sobre a compra da GVT, mas já foi equacionado. No fim do mês passado, o grupo francês Vivendi, controlador da GVT, anunciou ter entrado em negociações exclusivas com a Telefônica para a venda da operadora no Brasil, rechaçando proposta da Telecom Itália.

Outra pendência, no caso da Oi, é a assembleia dos acionistas da Portugal Telecom (PT), que acontece na segunda-feira, que deverá voltar sobre a revisão da fusão entre as duas companhias após o calote sofrido por aplicações de tesouraria na Rioforte Investments. “Após isso (assembleia da PT), vai ficar muito clara qual é a condição de cada um”, afirma uma fonte.

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Pela proposta em elaboração, alguns ativos da TIM devem ser vendidos para outras empresas. A tele tem, por exemplo, cerca de 7 mil torres, que podem ser comercializadas para empresas que queiram alugá-las depois. A Oi poderá vender torres, cabos submarinos e a fatia de 25% na Unitel, empresa de telefonia móvel de Angola.

A divisão dos clientes da TIM ainda não foi definida, mas já estaria sendo mapeada. A Oi tem mais interesse na participação do Estado de São Paulo, além de Estados do Sul, onde tem atualmente menor penetração. Já a Vivo está atenta ao Nordeste, enquanto a Claro também tem interesse em São Paulo, Minas Gerais e em parte do Sul. Procuradas, as empresas não se manifestaram. 

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