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OMC: Pedro Camargo defende novos conteciosos, de arroz e leite

Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo, 8 - Pedro de Camargo Neto, ex-secretário de comercialização e produção do Ministério da Agricultura e um dos idealizadores dos contenciosos do açúcar e do algodão, destaca que o País deve continuar o pioneirismo de 2001 e 2002 e discutir outras ações desse tipo na Organização Mundial do Comércio (OMC). "Não podemos parar agora e nos sentirmos satisfeitos com essas duas vitórias. É preciso continuar o pioneirismo e manter a liderança do Brasil", disse ele. Na sua opinião, existem outros contenciosos que poderiam ajudar as exportações do agronegócio brasileiro. "Sem grande análise, dá para dizer que existem no mínimo dois casos a serem trabalhados. Um para arroz contra o Estados Unidos (EUA) e outro para produtos lácteos contra a União Européia. E é possível, com maior análise, identificar outros". Para Camargo Neto, esse tipo de ação envolve risco, mas os casos do açúcar e do algodão mostraram que é possível vencer. Ele acredita que o debate dentro da OMC, envolvendo as próprias regras da entidade, construiu novo paradigma para as negociações multilaterais. "Nós mostramos que país em desenvolvimento pode sim vencer os desenvolvidos", concluiu. No caso do arroz, explica Camargo Neto, o contencioso seria baseado na ameaça de dano, e não dano em si, já que o Brasil ainda não é exportador do produto. "Criar um processo com essa base pode representar novo pioneirismo, pois embora perfeitamente previsto nas regras da OMC, é mais difícil. Mas eu acredito que um caso de ameaça hoje é mais fácil de ser considerado do que foram os casos do algodão e açúcar em 2002". Camargo Neto acrescenta que o Brasil só não é exportador de arroz porque os Estados Unidos subsidiam suas exportações, baixando artificialmente os preços internacionais. "Se os preços fossem maiores, seríamos competitivos".

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