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Operação Zelotes não influenciou saída da família, diz vice-presidente da Gerdau

Em teleconferência, Claudio Johannpeter afirmou que processo de troca foi iniciado internamento há cerca de 12 meses; mudanças passam a valer a partir de janeiro de 2018

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Por Redação
Atualização:

Em teleconferência nesta quinta-feira, 24, o vice-presidente executivo da Gerdau Claudio Johannpeter negou que a decisão da família de se afastar da operação da empresa, abrindo espaço para um executivo contratado a partir de 2018, tenha relação com a Operação Zelotes, na qual a companhia foi citada.

A metalúrgica Gerdau, que terá mudanças na direção da companhia Foto: Divulgação

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Segundo do empresário, o movimento faz parte de um processo iniciado internamento há cerca de 12 meses. "A mudança será muito boa para a empresa. Os atuais integrantes da família passam a se dedicar ao Conselho da Gerdau e de Metalúrgica Gerdau. Essa é a quinta geração da família na administração executiva e foi cumprido um importante papel nesse ciclo", disse Johannpeter.

A siderúrgica Gerdau e Gerdau Metalúrgica anunciaram nesta quinta-feira uma mudança de gestão, com os membros da família controladora se afastando da direção das empresas e focando apenas nos conselhos de administração.

Mais cedo, de acordo com comunicado endereçado aos investidores, a família escolheu Gustavo Werneck da Cunha, que hoje é diretor executivo da Operação Brasil e está há 13 anos no grupo, como o novo presidente. Ele, contudo, vai assumir as novas atribuições apenas em 2018.

"Como futuro Diretor-Presidente (CEO) da Gerdau, seu foco será o de continuar e dinamizar as transformações pelas quais a empresa vem passando nos últimos anos, buscando ampliar a rentabilidade das operações e gerar mais valor para os acionistas", diz fato relevante da Gerdau assinado pelo diretor de Relações com Investidores, Harley Lorentz Scardoelli.

André Bier Gerdau Johannpeter, hoje diretor-presidente, e Claudio Johannpeter e Guilherme Chagas Gerdau Johannpeter, vice-presidentes executivos, ficarão exclusivamente como membros do conselho de administração.

Segundo comunicado, os "membros da família Gerdau Johannpeter buscarão ainda mais foco na definição das estratégias de médio e longo prazos da Gerdau, visando a geração de valor para todos os públicos de interesse da empresa e apoiando seus executivos na sua implementação."

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Werneck, 44 anos, é engenheiro mecânico pela Universidade Federal de Minas Gerais com MBAs em gestão pelo Insper e pela Fundação Getúlio Vargas, e aperfeiçoamento pelo Insead, Harvard Business School, Kellogg School of Management e London Business School. Entre outros cargos no grupo, ele já foi diretor corporativo de Tecnologia da Informação e diretor industrial da Gerdau na Índia.

Bolsa. Assim que chegou ao mercado, a notícia sobre a troca de comando na companhia causou uma reação negativa entre investidores. Nas primeiras horas de pregão, as ações da Gerdau Metalúrgica aparecem como destaques negativos na Bolsa. No início da tarde desta quinta-feira, às 13h43, Gerdau Metalúrgica ON caía 2,39%, a R$ 4,49, enquanto Gerdau Metalúrgica PN perdia 1,21%, a R$ 5,73.

A expectativa do mercado era de que a empresa anunciasse sua migração para o segmento Novo Mercado da Bolsa, no qual companhias se submetem a regras mais rigorosas de transparência com o mercado e de governança corporativa.

Atualmente, a Gerdau está inserida no segmento chamado Nível 1, que exige o cumprimento de regras um pouco menos rigorosas.

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Embora a recepção inicial da notícia pelo mercado não seja boa, analistas acreditam que a mudança no comando executivo da empresa sinaliza que ela caminha para ter uma melhor estrutura de governança. Na análise do Itaú BBA, trata-se de um passo na direção da "profissionalização", que, por si só, não deve acarretar mudanças significativas na estratégia da companhia.

Nessa mesma linha, analistas do BTG Pactual escreveram mais cedo que o anúncio feito nesta quinta-feira não é "transformacional" como seria a migração para o Novo Mercado, mas pode ser enxergado como um "primeiro passo". "Acreditamos que há mais por vir", diz a análise do banco de investimentos.

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