Após o recorde no ano passado, o cenário de juros altos e turbulência eleitoral de 2022 pode reduzir as captações por startups, diz Gustavo Gierun, CEO da Distrito. Para ele, os investidores devem ser mais cuidadosos e buscar de negócios que necessitem de menos capital para crescer. Mas ele ainda crê na força das fintechs. “Muito se fala de uma bolha das fintechs, mas o mercado de startups ainda crescerá de forma intensa por mais cinco ou dez anos.”
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Após o IPO do Nubank, o entusiasmo com as fintechs deve se manter em 2022?
O segmento de fintechs é o que mais atrai investidores no Brasil. É improvável que o segmento deixe de ser o que mais atrai investimentos. O mercado brasileiro se torna cada vez mais digital. Ainda temos muita concentração bancária, e os novos entrantes têm pouco do mercado. Fora isso, os órgãos reguladores incentivam a competição, a inovação e a democratização de serviços financeiros. Portanto, o número de fintechs vai continuar crescendo, atraindo investimentos de fundos locais e estrangeiros.
As fintechs podem passar por uma fase de fusões?
As corporações tradicionais buscam produtos e serviços para melhorar a experiência do consumidor, assim como bons profissionais. Isso pode levar a aquisições de fintechs. Mas a grande tendência são as aquisições entre as próprias startups, as mais maduras comprando as mais novas.
E o risco Brasil, com eleições e juro alto?
O gestor de venture capital pensa no longo prazo e antecipa mudanças de comportamento do consumidor com prazo de até 20 anos. Por isso, é menos sensível ao cenário político e a turbulências de países emergentes. O País sofre crises a cada cinco anos, e há cada vez mais aportes. Os gestores devem ser mais cuidadosos, mas isso não deve levar a uma ruptura Falando em novas captações ou novos fundos, aí sim temos um desafio grande. Com juro alto, e subindo, o investidor vai olhar com mais critério o risco de retorno da alocação de capital.