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Pague Menos aposta em revendedores para ampliar comércio eletrônico

Rede de farmácias permite a criação de lojas digitais por pequenos influenciadores, que recebem comissão pela venda de produtos

Por Lucas Agrela
Atualização:

A rede de farmácias Pague Menos está em uma cruzada para aumentar suas vendas pela internet. Para isso, bebeu em fontes de varejistas como o Magazine Luiza, utilizando a estratégia de recrutar revendedores online, que criam suas próprias minilojas, que comercializam produtos que são entregues diretamente pela companhia.

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“Sempre houve muito porta a porta nas nossas vendas, e resolvemos investir nessa modalidade no digital. Os micro influenciadores, que compartilham as experiências com amigos, podem aumentar suas rendas neste período de inflação e desemprego altos”, diz Samir Mesquita, diretor de estratégia digital na Pague Menos, e criador do projeto chamado Minha Pague Menos.

Idealizada no começo deste ano, a plataforma começou a funcionar em abril, inicialmente apenas em Pernambuco. Desde então, já foram realizadas mais de 10 mil vendas nas 5 mil lojas online abertas. “Com isso, podemos ter 50 lojas físicas em uma cidade e 10 mil digitais. A iniciativa dá uma nova visão para os negócios da empresa. Vamos continuar a abrir lojas físicas, mas o digital nos dá um potencial de escala muito grande”, diz Mesquita.

Samir Mesquita, diretor de digital da Pague Menos, lidera o projeto de expansão do e-commerce na empresa Foto: Divulgação/Pague Menos

Quem embarca no projeto digital da farmácia ganha uma comissão pela venda de seus produtos, como acontece no mundo físico com os revendedores de cosméticos. A Avon e o Magazine Luiza também contam com uma plataforma de criação gratuita de lojas virtuais para revendedores, que promovem suas marcas e produtos no digital.

Na ponta dos dedos

A Pague Menos vem aumentando a relevância do comércio eletrônico no seu número de vendas. No primeiro trimestre deste ano, o faturamento de R$ 189,4 milhões nos canais digitais representou um crescimento de 63,1% ante a igual período no ano anterior, ou9% das vendas da companhia. As lojas físicas da empresa também funcionam como pontos de retirada de compras feitas via internet. 

Mesmo com a ampliação dos canais digitais, a receita da Pague Menos ainda é equivalente a um terço da obtida neste segmento pela Raia Drogasil, líder no setor de farmácias no País. A líder do setor faturou R$ 656 milhões no primeiro trimestre de 2022 apenas nas vendas online, um crescimento de 51,2% ante o período no ano anterior. Em 2020, a Raia Drogasil começou a atuar com vendas de terceiros no formato marketplace, movimento que foi seguido pela Pague Menos em 2021.

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Para Fernando Moulin, especialista em transformação digital e sócio da consultoria Sponsorb, o crescimento das vendas das empresas farmacêuticas ocorreu devido à integração entre o digital e as lojas físicas. “A loja tem custo de aluguel e equipe, mas a integração com o digital aumenta a demanda dos clientes, mantendo o mesmo custo. Por isso, os resultados das farmacêuticas têm sido robustos”, diz. 

Com estratégias de crescimento no comércio eletrônico como a da Pague Menos, as empresas têm potencial de aumentar a rentabilidade com produtos de consumo recorrente, como artigos de beleza, higiene e medicamentos. O desafio agora é entender mais o comportamento de cada consumidor, para fazer ofertas certeiras e não perder compras por impulso. “Os varejistas nacionais precisam ver essas empresas do setor de farmácias como novas concorrentes”, frisa Moulin.

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