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Pão de Açúcar vai testar novo modelo de loja em SP

Por Dayanne Sousa
Atualização:

O Grupo Pão de Açúcar (GPA) anunciou nesta quarta-feira, 30, que começa a testar um novo modelo de loja. Depois de lançar o Minimercado Extra, que hoje tem 168 lojas em funcionamento, a companhia vai criar uma nova bandeira de loja de bairro, baseada na marca Pão de Açúcar. O diretor presidente da companhia, Ronaldo Iabrudi, afirmou que a empresa se inspira na experiência do controlador francês, o Casino. "Esta é uma estratégia que o Casino há anos desenvolve na França, onde tem diferentes modelos de loja de proximidade", disse.A nova loja deve ser inaugurada no início de junho em São Paulo. A expansão da nova bandeira ainda não está definida. Iabrudi afirmou que a companhia pretende testar o formato e avaliar seu sucesso. "Gostamos de testar e experimentar, a ideia é abrir essa loja e fazer uma avaliação em termos de qualidade de atendimento e nível de satisfação", comentou. "Percebemos que a demanda de clientes que estão em várias regiões da cidade são diferentes e queremos ter sortimento de produto e forma de atender diferente", comentou, destacando oportunidades de atender clientes de maior poder aquisitivo, sobretudo em São Paulo.A nova proposta, porém, não altera os planos do GPA de abertura de lojas para o ano. O plano de expansão inclui a abertura de 400 lojas até 2016 no varejo alimentar e de 210 na Via Varejo no mesmo período.Para 2014, o GPA mantém perspectivas positivas, apesar de considerar que há incertezas com relação à Copa do Mundo e o atual ambiente de consumo. Iabrudi destacou que a Copa deve ter efeito positivo nas vendas de eletroeletrônicos enquanto não se sabe como deve agir o consumidor de forma geral. "Tudo vai depender muito de como vai se comportar o cliente durante e antes dos jogos, mas estamos trabalhando para ter um segundo trimestre bom", disse. "Não há nada que nos dê um alerta e nos preocupe", acrescentou.O diretor vice-presidente de Negócios do Varejo, José Roberto Tambasco, comentou que já é possível notar que os consumidores no varejo de alimentos estão sensíveis a preço. Na Páscoa deste ano, disse, a procura por tabletes de chocolate e bombons subiu, em detrimento dos ovos, que são mais caros. Além disso, no mercado há o temor de que a alta de preço de alimentos volte a pressionar os volumes vendidos no varejo, como em 2013, mas Iabrudi avaliou que a tendência ainda não é pior do que o observado no ano passado. "Estamos otimistas", disse.O diretor vice-presidente de Finanças, Christophe Hidalgo, considerou que o atual ambiente de consumo reforça a estratégia da companhia de buscar preços mais competitivos. A empresa adotou desde meados de 2013 uma estratégia de preços mais baixos, o que vem impactando a margem bruta, mas tem compensado o efeito com redução de despesas. "Essa percepção do consumidor de uma crise - o que no momento é só percepção mesmo - reforça o interesse de nossa estratégia de sermos mais competitivos", disse.Ele afirma que o GPA deve continuar tendo redução de margem bruta no segmento alimentar, mas equilíbrio de margem Ebitda neste negócio em razão de diluição de despesas. No consolidado, a margem Ebitda tende a crescer por conta de ganhos de rentabilidade na Via Varejo, dona da Casas Bahia e do Pontofrio.Para sustentar a estratégia, o GPA conta com melhorias nos gastos e com ganhos de sinergias entre suas diferentes operações. "Eu ainda enxergo a companhia com muitas possibilidades de ganho", disse Iabrudi. Ele destaca que Via Varejo e o e-commerce gerido pela Nova Pontocom já têm realizado compras junto a fornecedores de forma conjunta e os efeitos nos resultados devem aparecer já no segundo trimestre.As operações logísticas começam a ser compartilhadas também e, de acordo com o presidente do GPA, o impacto positivo nos resultados neste caso pode aparecer no terceiro e quarto trimestre. Além disso, diz, deve haver integração na área de tecnologia da informação, mas o impacto é esperado apenas para o final do ano.

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