PUBLICIDADE

Publicidade

Para a Fiat, fim do desconto do IPI não esfriará mercado

Presidente da montadora na América Latina espera que haja compensação pela redução de juros

Por Jacqueline Farid e da Agência Estado
Atualização:

O mercado de automóveis no Brasil vai se manter aquecido apesar do fim do incentivo da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que começa a ser retirado nesta quinta-feira, 1, segundo acredita o presidente da Fiat na América Latina, Cledorvino Belini. O desconto no IPI está sendo retirado gradualmente até dezembro, quando o incentivo deixará de existir.

 

Veja também:

PUBLICIDADE

 

Ele disse que espera que a conjuntura econômica amenize o efeito do fim do benefício fiscal sobre o mercado automobilístico. "Esperamos que haja compensação pela redução de juros e das taxas de desemprego, o mercado deve se manter estável, mas é claro que não atingiremos novos recordes como o observado em setembro", afirmou Belini em entrevista após o lançamento do Fiat 500, novo carro que está sendo comercializado pela empresa no mercado nacional.

 

De acordo com o executivo, o incentivo fiscal via IPI resultou em um aumento nas vendas do setor equivalente a 300 mil unidades. Segundo ele, o cenário para 2010 ainda é incerto, mas a expectativa é que o desempenho seja similar a 2009. Até o momento, segundo o executivo, o mercado brasileiro de automóveis registra um crescimento nas vendas de 4% ante igual período do ano passado.

 

Ainda segundo ele, estudos realizados pelo setor apontam que a perda de arrecadação do governo por causa da redução do IPI acabou sendo mais do que compensada com o aumento do total arrecadado com outros tributos como PIS/Cofins e ICMS. "Foi uma experiência e agora é positivo que o governo possa rever os impostos, o Brasil precisa fazer esforços para crescer e ganhar escala para elevar a competitividade das exportações", afirmou.

 

Belini afirma que o País produz hoje cerca de três milhões de automóveis ao ano e, para ganhar escala, deveria aumentar essa produção para 5 milhões de unidades anuais. "Com o real valorizado e os impostos (de exportação) a balança comercial do setor terá saldo zero ou até negativo em 2009, é preciso aumentar a competitividade e isso vai ocorrer com ganho de escala", disse. Ele explicou que o setor tem capacidade instalada para produção de quatro milhões anuais de automóveis mas, com a expansão do mercado, o aumento de capacidade poderá ocorrer rapidamente.

 

De acordo com o Belini, a crise econômica não alterou o atual plano de investimentos da Fiat e da Iveco (empresa produtora de tratores), de R$ 5 bilhões no País entre 2008 e 2010, em projetos de expansão nas unidades de Betim, Sete Lagoas e Contagem, todas localizadas em Minas Gerais. "Os planos de investimento, seja de instalação de capacidade produtiva ou equipamentos, são de longo prazo e estão sendo mantidos". Segundo ele, as perspectivas do mercado brasileiro serão reavaliadas a partir de 2011, quando será definido o novo plano. O executivo explicou que, no momento, as vendas de caminhões e tratores "não estão indo muito bem" como ocorre com os automóveis.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.