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Para CNI, não existem pressões sobre a inflação

Para Confederação Nacional da Indústria, a produção industrial, apesar de estável, tem conseguido acompanhar o ritmo da demanda e não haveria motivos para um novo aumento na taxa básica de juros

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Eduardo Rodrigues e da Agência Estado
Atualização:

A estagnação no ritmo de crescimento da produção industrial e a queda na utilização da capacidade instalada (UCI) nas fábricas nos últimos meses, conforme Sondagem Industrial divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), demonstram que não existem pressões no setor que poderiam levar a um aumento da inflação, avaliou Marcelo Azevedo, analista da entidade.

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"Os dados mostram que não há descompasso entre oferta e demanda. A indústria está operando sem pressão na utilização da capacidade instalada e os estoques estão próximos do planejado", afirmou Azevedo.

Para o gerente-executivo de Análise da CNI, Renato da Fonseca, como a produção industrial, apesar de estável, tem conseguido acompanhar o ritmo da demanda, não haveria motivos para um novo aumento na taxa básica de juros.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou em 0,5 ponto porcentual a Selic (taxa básica da economia), para 10,75% ao ano. "O mecanismo de aumento dos juros é voltado para conter a demanda. Mas o problema é que se acaba afetando muito mais investimento do que consumo, principalmente no que diz respeito às expectativas dos empresários para investimentos futuros", disse Fonseca. "Sem investimentos fica-se preso nessa situação e, quando a economia cresce, precisa aumentar novamente os juros pra conter a demanda", completou.

Segundo a pesquisa divulgada hoje pela CNI, a produção industrial brasileira perdeu ritmo e ficou em 51,8 pontos em junho, ante 54,9 pontos registrados em maio. O indicador varia de zero a 100, sendo que valores acima de 50 pontos indicam crescimento. O uso da capacidade instalada (UCI) ficou abaixo do usual para o mês de junho, situando-se em 48,4 pontos, enquanto em maio havia registrado 50,3 pontos.

Expansão das contratações

A sondagem industrial divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que o ritmo de expansão nas contratações do setor continuou no segundo trimestre deste ano, mesmo que de forma moderada. Em uma escala onde valores acima de 50 pontos representam crescimento, o indicador do número de empregados na indústria registrou 54,6 pontos entre abril e junho. Nos três primeiros meses do ano, o indicador havia ficado em 55,5 pontos.

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De acordo com a CNI, pequenas, médias e grandes empresas aumentaram o número de funcionários no trimestre. Pela análise setorial, apenas as indústria de couro, móveis e madeira reduziram a mão-de-obra empregada no período.

"Os empresários continuam apostando em aumento da demanda, com expectativas altas, à exceção das exportações. Por isso, as companhias devem continuar os investimentos e contratação de trabalhadores, com ritmo menor, mas com crescimento", avaliou o gerente-executivo de Análise da CNI, Renato da Fonseca. (Eduardo Rodrigues)

 

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