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Parcela de estrangeiros na dívida pública tem novo recorde em setembro

Participação de investidores externos aumentou mesmo com nova alíquota do IOF

Foto do author Adriana Fernandes
Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Adriana Fernandes , Eduardo Rodrigues e da Agência Estado
Atualização:

Mesmo com o novo aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o Tesouro Nacional avalia que a participação de investidores estrangeiros no total da dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) continuará apresentando crescimento gradual, como o ocorrido nos últimos anos. A avaliação foi feita nesta quinta-feira, 21, pelo coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Fernando Garrido.

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Em setembro, antes dos dois aumentos do IOF feitos pelo governo, a parcela de títulos com investidores estrangeiros no total da DPMFi voltou a bater recorde, atingindo 10,23%, o equivalente a R$ 154,1 bilhões. Em agosto, a parcela era de 10,06% ou R$ 150,6 bilhões.

Para Garrido, o IOF mais alto tende a afetar os investimentos em curto prazo. Já os investidores estrangeiros, destacou ele, têm preferência pelos papeis prefixados e atrelados a índices de preços com prazos mais longos. "Acreditamos que a tendência de elevação gradual continuará", disse.

O coordenador admitiu, conforme antecipou ontem a Agência Estado, que a nova emissão de bônus da dívida externa, o BRL 2028, lançado ontem pelo Tesouro no mercado internacional, está relacionada ao aumento do IOF. Mas ele disse que, por motivos referentes às regras da SEC (CVM dos Estados Unidos), o Tesouro não pode fazer comentários sobre a emissão até a sua liquidação, na próxima semana.

Garrido disse que ainda é cedo para avaliar os impactos dos dois aumentos do IOF nas taxas dos leilões de títulos do Tesouro. Segundo ele, o aumento das taxas da NTN-F (título prefixado), com vencimento em janeiro de 2017, ofertada no leilão de hoje, se deve "à variação momentânea normal de mercado". "Não podemos creditar esse aumento ao impacto do IOF", disse Garrido.

Esse papel, no leilão de 30 de setembro, antes dos dois aumentos do IOF, foi vendido a um taxa de 11,83%. No leilão de hoje, a taxa foi de 11,87%.

Já a NTN-F 2021 foi vendida no leilão do dia 30 de setembro a 11,89% e hoje estava sendo negociada no mercado secundário a 11,95%.

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O Tesouro Nacional não aceitou as propostas dos investidores no leilão de hoje da NTN-F 2021. Garrido argumentou que houve dispersão de taxas oferecidas pelos investidores e, para evitar a volatilidade no mercado, o Tesouro não aceitou as propostas. O coordenador disse que não houve uma percepção de reticência dos investidores estrangeiros para os papeis mais longos ofertados pelo Tesouro.

Capitalização da Petrobrás

Do total de R$ 104,76 bilhões em emissões da Dívida Pública Federal em setembro, R$ 67,89 bilhões foram realizadas como emissões diretas de títulos da Dívida Pública Interna (DPMFI), em sua maior parte (R$ 67,68 bilhões) em papéis LFT para a capitalização da Petrobrás, com a concessão de crédito ao BNDES e a subscrição de ações da estatal.

De acordo com o coordenador-geral de Operações da Dívida, Fernando Garrido, como a Petrobrás devolveu ao governo os recursos equivalentes para o pagamento da cessão onerosa de 5 bilhões de barris de petróleo do pré-sal, o Tesouro Nacional realizou cancelamentos de títulos no valor de R$ 67,9 bilhões. Com isso, houve um resgate líquido em setembro de R$ 0,01 bilhão

(Texto atualizado às 16h07)

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