A participação do governo brasileiro na gestão do fundo compensatório de US$ 147,3 milhões que será criado pelos Estados Unidos para compensar os produtores brasileiros de algodão pelos subsídios concedidos pelos norte-americanos é um dos assuntos que será discutido pelos dois países nos próximos 60 dias. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Haroldo Cunha, disse que outro ponto é a origem dos recursos do fundo.
Como era esperado, o Brasil vai prorrogar por mais 60 dias o prazo para início das retaliações na área de bens. O prazo inicial terminava na quinta-feira (22). O presidente da Abrapa explicou que os dois "entraves" devem ser solucionados nesse período adicional.
Em relação à participação do governo brasileiro na gestão do fundo, Haroldo Cunha explicou que essa é uma condição do governo norte-americano e aceita pela iniciativa privada. "Precisamos encontrar uma forma de o governo participar da gestão de um fundo que é privado. Ainda não encontramos esse caminho", explicou.
O fundo será gerenciado por três representantes da Abrapa e três do governo (dos ministérios da Agricultura, Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). O presidente da Abrapa não está na lista da iniciativa privada e terá direto a voto de Minerva.
Ele também citou a indefinição em torno da origem dos recursos. Dependendo da fonte, há restrições à aplicação em pesquisa. A Abrapa defende que parte dos recursos do fundo anual seja aplicada em tecnologia para desenvolvimento de variedades resistentes a pragas, entre outros. "Esse tipo de discussão nunca foi feito. As dificuldades para encontrar a fórmula adequada é normal", disse.