PUBLICIDADE

Pedidos de socorro contra trabalho escravo são encontrados em roupas de grife inglesa

Três consumidoras exibem mensagens encontradas em produtos comprados na rede Primark, conhecida por vender vestuário a preços acessíveis

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:
Consumidoras britânicas exibem etiquetas com pedidos de socorro Foto: Reprodução

A cadeia britânica de lojas Primark anunciou ter aberto investigações para descobrir como três pedidos de socorro de supostas vítimas de trabalho escravo em produtos comprados por três consumidoras.

PUBLICIDADE

Duas mensagens estavam em etiquetas de vestidos comprados por duas jovens deSwansea, no País de Gales, e outra foi encontrada no bolso de uma calça comprada por uma mulher de Belfast, na Irlanda do Norte.

A rede de 38 lojas de departamento fundada em 1969 em Dublin, na Irlanda, é conhecida por vender roupas a preços acessíveis. Este ano a empresa anunciou a intenção de abrir lojas nos Estados Unidos. 

A inglesa Rebecca Gallagher, de 25 anos, afirmou ter encontrado em um vestido da grife um bilhete com um pedido de socorro de uma vítima de trabalho escravo.

Ao chegar em casa e abrir o pacote para experimentar o vestido novo que acabara de comprar, ela percebeu uma etiqueta com a mensagem. "Fiquei chocada", disse a jovem em entrevista a jornais locais. “Forçado a trabalhar durante horas exaustivas”, dizia a mensagem.

Rebecca Jones, de 21 anos, que comprou um vestido na mesma loja, encontrou uma mensagem semelhante na etiquetafalando em "condições desumanas degradantes."

Karen Wisínska, de Belfast, disse que comprou uma calça na loja na sua cidade em junho de 2011, mas disse nunca ter usado o produto. Só recentemente, ao arrumar os armários, encontrou um bilhete em chinês em um dos bolsos.

Publicidade

Sem entender o texto, postou uma foto na internet e ficou chocada quando outros internautascomentaram o seu conteúdo. Era um pedido de socorro de um trabalhador que dizia estar em uma prisão.O autor da nota afirmava detentos eram obrigados a trabalhar 'como animais' e recebiam comida que 'poderia ser considerada imprópria até para animais'. Chocada, a consumidora procurou a Anistia Internacional.

"Lamento ter descoberto isso só agora, pois poderia ter feito a denúncia há mais tempo para ajudar nas investigações", comentou ela. O diretor da Anistia na Irlanda do Norte, Patrick Corrigan, disse que ainda não é possível saber se a mensagem é verdadeira, mas que o caso será investigado.

Mensagem denuncia trabalho em prisões na China Foto: Reprodução

A íntegra da mensagem em chinês dizia: "SOS SOS SOS Somos prisioneiros em Xiangnan prisão em Hubei, na China! Por um longo tempo, temos produzido roupas para exportação. Nós trabalhamos 15 horas por dia.O que nós comemos é ainda pior do que o alimento para porcos e cães. O trabalho que fazemos é semelhante ao trabalho mais difícil que bois e cavalos podem fazer. Conclamamos a comunidade internacional a denunciar a China por este ato desumano".

“Nunca pensei muito sobre como as roupas são feitas, mas estas palavras me fizeram refletir sobre a forma como obtemos roupa tão barata", comentou a Rebeca Gallagher. "Tenho medo de pensar que o meu vestido de verão pode ter sido feito por alguém que está exausto e que é explorado em alguma fábrica”, acrescentou.

PUBLICIDADE

A consumidora disse quetentou entrar em contato com a loja, mas não obteve resposta.Ao ser procurada pela imprensa, a grife garantiu que vai investigar como a etiqueta com a mensagem foi parar no vestido. Um segundo caso foi relatado por outra consumidora que comprou um produto da mesma loja no ano passado.

A empresa publicou em seu site a íntegra da declaração de seu porta-voz sobre as denúncias:"Apesar da desconfiança crescente em relação à origem das etiquetas, a Primark reconhece suas responsabilidades em relação aos trabalhadores da cadeia de suprimentos e já iniciou Investigações detalhadas".

A empresa levanta suspeitas sobre o fato de duas mensagens terem sido encontradas na mesma loja e estranha o fato de outra mensagem ser divulgada só agora, apesar de o produto ter sido adquitido em 2011. Com agências internacionais

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.